CRUZEIRO 100 ANOS
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CRUZEIRO 100 ANOS

Dirceu Lopes uniu técnica e gols no time que mudou patamar do Cruzeiro

Camisa 10 histórico é também o segundo maior artilheiro do centenário Cruzeiro

postado em 23/12/2020 07:02 / atualizado em 23/12/2020 19:55


(Foto: Arquivo EM/D. A Press)
Para muitos, Dirceu Lopes foi o jogador mais técnico que já vestiu a camisa 10 celeste. Destaque em Pedro Leopoldo desde criança, Dico não demorou a chamar atenção dos clubes da capital. O Cruzeiro chegou poucas horas na frente do rival Atlético e levou a promessa, que já havia ganhado fama pelos dribles e gols para o juvenil em 1963. A estreia nos profissionais, já como Dirceu Lopes, foi em 20 de outubro do mesmo ano, em amistoso contra o Paraense, em Pará de Minas, no qual entrou no segundo tempo no lugar de Tostão a tempo de marcar na goleada por 5 a 0.

A primeira vez da dupla foi em 1º de dezembro, no empate por 1 a 1 com o Atlético, no Independência. A partir de 1964, Dirceu se firmou na equipe principal e evoluiu a cada jogo, sempre tendo no companheiro Tostão um aliado. Ambos foram campeões mineiros de 1965, o primeiro título do Mineirão.

(Foto: Arquivo EM/D. A Press)

Em 1966, Dirceu Lopes foi um dos protagonistas da primeira grande conquista do clube celeste, a Taça Brasil, batendo o Santos de Pelé, então já bicampeão da Copa Libertadores e Mundial. No primeiro jogo, o Príncipe, como era chamado pelos locutores de rádio, fez três no histórico 6 a 2, no Mineirão. Na volta, uma semana depois, no Pacaembu, fez o segundo, empatando o jogo, e participou do terceiro, marcado por Natal.

“Título mais importante da história do Cruzeiro. Todos são importantes, mas este transformou o futebol do Cruzeiro, de Minas e do Brasil. Até então, o futebol mineiro era um futebol caseiro, revelador de jogadores para Rio e São Paulo. Nossa conquista despertou a curiosidade do Brasil e do mundo e mudou a história de todos nós também’, disse Dirceu, em 2016, durante encontro promovido pelo clube para celebrar os 50 anos da conquista.

Em 1967, o craque cruzeirense foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez, sendo campeão da Copa Rio Branco, sobre o Uruguai. Voltou a ser lembrado em 1969, ano em que foi pentacampeão mineiro com o Cruzeiro, de forma invicta. A troca de João Saldanha por Zagallo no comando do Escrete Canarinho, já em 1970, porém, significou a perda de espaço para Dirceu, cortado da lista de convocados às vésperas do Mundial do México, ao lado de outros três jogadores. O estigma de “jogador de clube” pegou e mesmo sendo chamado algumas vezes, nunca teve grandes chances, sendo que a partir de 1973 não foi mais convocado, mesmo com boas atuações pela Raposa. Tanto que recebeu a Bola de Prata da revista Placar em 1970 e 1973, e a Bola de Ouro, em 1971.

O “Baixinho” superou uma fratura na perna direita em 1972, mas a grande contusão a atrapalhar sua carreira foi no tendão de Aquiles, em 1975. O quadro evoluiu para ruptura total em um treino coletivo na Toca da Raposa e exigiu cirurgia. Assim, Dirceu Lopes foi torcedor na campanha vitoriosa da Copa Libertadores de 1976 e coadjuvante na decisão do Mundial de Clubes do mesmo ano, perdido para o Bayern de Munique. O camisa 10 histórico ainda foi ao Fluminense em 1977, trocado por Erivelto, mas nunca com o brilho anterior. 


Dirceu encerrou a carreira no Uberlândia, pelo qual fez o único gol contra o Cruzeiro, em 1979.

Com a camisa celeste, Dirceu Lopes fez 228 gols em 608 jogos. Ele é o segundo maior artilheiro da história do clube, atrás apenas de Tostão, com 245. Sua contribuição foi enorme para que o clube ultrapassasse as divisas de Minas Gerais e fosse respeitado em todo o Brasil, além de chegar às competições internacionais. O Príncipe foi uma vez pentacampeão mineiro (1965, 1966, 1967, 1968 e 1969) e outra tetracampeão (1972, 1973, 1974 e 1975).

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