Clássico 500
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CAMPEONATO BRASILEIRO

No clássico 500, Atlético e Cruzeiro lutam por ascensão no Campeonato Brasileiro

Coadjuvantes até aqui na Série A, rivais fazem jogo de número emblemático neste domingo, às 16h, no Independência. Vitória pode ser divisor de águas

postado em 02/07/2017 07:00 / atualizado em 02/07/2017 10:55

Montagem sobre fotos/EM

Tamanha é a rivalidade entre Atlético e Cruzeiro que até no número de clássicos existem divergências. Conforme os dados do Centro Atleticano de Memória, o confronto deste domingo, às 16h, no Independência, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, será o de número 500 entre os clubes. As contas da Raposa apontam 481 duelos. As versões de cada equipe sobre os contrapontos das estatísticas podem ser lidas nesta matéria (clique aqui).

Nos 499 jogos anteriores, a vantagem é alvinegra: 200 vitórias, contra 166 triunfos azuis. Em compensação, o Cruzeiro ganhou mais vezes na “era Mineirão”: 86 a 75. Os times ainda empataram 76 duelos no Gigante da Pampulha. No Horto, o Galo contabiliza 35 vitórias, 16 empates e 20 derrotas.

Grandes craques protagonizaram o confronto disputado pela primeira vez em 17 de abril de 1921 – vitória do Palestra Itália por 3 a 0. Do lado alvinegro, a bola passou pelos pés de Mário de Castro, Guará, Lucas Miranda, Reinaldo, Cerezo e Ronaldinho Gaúcho. Entre os cruzeirenses que mais se destacaram estão Niginho, Alcides, Piazza, Tostão, Dirceu Lopes, Ronaldo e Alex. Há também quem brilhou por ambos os clubes, casos de William, Procópio, Nelinho e Palhinha.

O cenário do jogo de número 500 foge um pouco da rotina de briga por títulos dos rivais. Atlético e Cruzeiro são, até aqui, meros coadjuvantes no Brasileiro. O Galo está em 14º, com 13 pontos e apenas três vitórias em 10 partidas. A Raposa é a 10ª, mas a pontuação não é lá essas coisas – 14, com quatro vitórias, dois empates e quatro derrotas.

A esperança das equipes é que um eventual triunfo no clássico funcione como divisor de águas, seja pelo ganho de confiança ao superar o maior rival ou pela embolada classificação da Série A. Afinal, apenas cinco pontos separam o Vasco, atual sexto colocado e que ganharia vaga na fase preliminar da Copa Libertadores de 2018, e o 17º Bahia, primeiro da zona de rebaixamento.

Reencontro pós-Estadual

Desde a decisão do Mineiro, vencida pelo Atlético, muita coisa mudou. Raposa e Galo passaram conjuntamente por problemas de lesão, queda de produção em momentos alternados, pressão da torcida, crítica aos treinadores, cobranças aos principais atletas e fases de crescimento. No período de instabilidade, os que mais sofreram foram os técnicos Roger Machado e Mano Menezes, apontados por muitos torcedores como culpados pelos tropeços. Mas as diretorias mantiveram o pulso firme: até pela ausência de opções de qualidade no mercado, descartaram demissões e decidiram apostar no trabalho a longo prazo dos comandantes.

Os jogadores também ficaram pressionados pela torcida. No alvinegro, o volante Rafael Carioca e o atacante Robinho foram os mais cobrados pelo início ruim no Brasileiro. No time celeste, o ataque demorou a engrenar, chegando a passar três partidas sem marcar. Depois, todo o sistema defensivo foi crucificado pelo excesso de gols tomados, algo que prejudicou a equipe na própria Série A, na Copa do Brasil e que custou a eliminação na primeira fase da Copa Sul-Americana, diante do Nacional-PAR.

Ramon Lisboa/EM D.A Press


Aposta alvinegra é na força coletiva

Antes incomodado com o excesso de lesões que atingiram o Atlético recentemente, o técnico Roger Machado agora festeja o fato de vários atletas ficarem à disposição para o clássico contra o Cruzeiro. Somente nesta semana, o lateral-direito Alex Silva, o zagueiro Gabriel e o volante Adílson deixaram o departamento médico e aumentaram o número de opções no setor defensivo.

No ataque, a situação é mais tranquila, já que há fartura de jogadores. Para o setor de criação, Roger conta com Cazares, Otero, Marlone e Valdívia, além dos pratas da casa Thales e Marquinhos. Na área ofensiva, tem Luan, Rafael Moura, Robinho e Fred. A variedade no cardápio permite a ele fazer mudanças táticas, algo que tem ocorrido com frequência em duelos com o Cruzeiro.

O único desfalque é o volante Rafael Carioca, que cumprirá suspensão. Para o setor, ele terá Adílson, Roger Bernardo, Elias, Yago (caso Alex Silva seja escalado) e Ralph. Roger Machado gostou da vitória contra o Botafogo por 1 a 0 pela Copa do Brasil, mas não descarta uma surpresa nesta tarde: “Vamos ver como organizamos o time. Posso voltar com o Elias na função de meio, escalar o Adílson ou o Roger Bernardo ou mesmo manter o Luan. Vamos escalar um bom time”.

Independentemente de qual formação mandar para o clássico, o treinador quer nova atuação coletiva de destaque, com sintonia entre os setores, assim como ocorreu diante do Botafogo. Para isso, ele aproveitou o treinamento fechado de ontem: “Nós idealizamos o treino para gerar um comportamento no jogo. As jogadas saem parecidas com o trabalho da semana, em que fazemos de acordo com a análise do adversário e de onde podemos ter uma vantagem. Em determinados jogos, temos estratégias e elas não funcionam. Mas tentamos fazer de uma forma que contribuam para o resultado”.

Gladyston Rodrigues/EM


Cruzeiro crê em sucesso de quarteto

À exceção do armador de Arrascaeta, contundido, o Cruzeiro terá seus principais homens de frente para tentar bater o Atlético hoje, no Independência. Robinho, Thiago Neves, Alisson e Rafael Sobis têm jogado bem e prometem ir para cima dos adversários para levar a Raposa a ampliar a invencibilidade no Horto pelo Brasileiro – ganhou lá nas duas últimas edições, tendo feito 3 a 2 no ano passado, gols de Alisson, Riascos e Bruno Rodrigo, e 3 a 1 em 2015, com Jemerson (contra), Gabriel Xavier e Marquinhos indo às redes.

A boa produção do quarteto ofensivo pode ser medida em gols. Thiago Neves marcou três nas últimas três vezes em que esteve em campo, contra Grêmio, Coritiba e Palmeiras. O armador anotou 33% dos nove gols que tem com a camisa celeste, que veste desde janeiro. Além disso, deu duas assistências.

Já Rafael Sobis balançou as redes contra Grêmio e Coritiba e chegou a 14 gols neste ano, dividindo a artilharia da equipe na temporada com Ábila. Diante do Palmeiras, nos 3 a 3 pela Copa do Brasil, não deixou sua marca, mas foi importante pela movimentação e abertura de espaços.

Robinho, por sua vez, passou em branco contra o Coxa, mas guardou o dele diante do tricolor gaúcho e também contra o Verdão, fora de casa. Já são oito gols no ano, ainda que tenha ficado mais de dois meses no departamento médico.

Quem também voltou a marcar foi Alisson, autor do terceiro gol no empate com a equipe palmeirense. Ele não balançava a rede desde 21 de maio, quando havia feito o gol celeste no 1 a 1 com o Sport, no Recife.

Com o ataque produzindo bem, os torcedores ficam otimistas. Mas é preciso atenção na defesa, que vem sendo criticada por estar sofrendo muitos gols – foram oito nos últimos cinco confrontos.

A promessa é que, internamente, houve avaliação sobre os erros e esforço para corrigi-los, apesar do pouco tempo para treinar. “Temos que ficar atentos o tempo inteiro. Porque nos gols do Palmeiras a gente tinha dois ou três jogadores na bola e não nos comunicamos. Aí, a bola acabou sobrando para eles. Temos que comunicar um pouco mais, ter um pouco mais de atenção, porque no clássico não pode voltar a acontecer”, declara o armador Thiago Neves.

Alexandre Guzanshe/EM D.A Press


ATLÉTICO X CRUZEIRO

Atlético
Victor; Yago (Alex Silva), Leonardo Silva, Gabriel e Fábio Santos; Adílson, Roger Bernardo (Luan), Elias e Cazares; Robinho e Fred
Técnico: Roger Machado

Cruzeiro
Fábio; Ezequiel, Caicedo, Leo e Diogo Barbosa; Lucas Romero, Ariel Cabral, Robinho e Thiago Neves; Alisson e Rafael Sobis
Técnico: Mano Menezes

Motivo: 11ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Independência
Data: domingo, 2 de julho de 2017
Horário: 16h
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Assistentes: Rafael Alves e Elio Nepomuceno de Andrade (RS)
Assistentes adicionais: Jean Pierre Gonçalves Lima (RS) e Daniel Nobre Bins (RS)
TV: Pay-per-view
Ingressos: Cadeira Minas: R$ 60; Cadeira Pitangui, Especial Minas e Pitangui: R$ 80; Área VIP: R$ 200

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