Um Atlético alvinegro desde as origens e um Cruzeiro que surgiu com as cores italianas, mas se rendeu ao azul celeste ao se reconhecer brasileiro. A dicotomia parece ser marca história dos rivais. Até suas tradições seguiram caminhos diferentes.
Fundado em 1908, o Galo é preto e branco de nascença – embora em suas primeiras partidas tenha atuado totalmente de negro. A Raposa, por sua vez, passou por metamorfoses: batizada Palestra pelos fundadores, em 1921, teve o verde como cor predominante por mais de duas décadas. Em 1942, obrigado pelo governo brasileiro – que proibira qualquer menção aos países inimigos (entre eles, a Itália) durante a II Guerra Mundial –, o time jogou de azul e branco, na única partida disputada como Ypiranga. Em outubro daquele mesmo ano, na esteira da nacionalização, adotou o celeste definitivamente e a alcunha de Cruzeiro.
Em proporção semelhante foi a transformação dos escudos. O alvinegro teve poucas alterações ao longo dos anos: em 1922, abandonou o oval, com as letras CAM, para adotar o que permanece oficial até hoje e que, após a conquista do Brasileiro de 1971, ganhou a estrela amarela. O símbolo cruzeirense teve mudança mais radical em função da diferença de nome. O mais marcante é a variação que leva as estrelas soltas, adotadas em 1959, presente no uniforme do lendário time de 1966 e que integra a camisa atual. Em 2003, a coroa passou a compor o escudo oficial em referência ao título da Tríplice Coroa: Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro.