Quando ocorreu o clássico pela primeira vez, em 1921, quem mandava no estado era o América. Mandava. Poucos anos à frente, Atlético e Cruzeiro passariam de novos campeões a hegemônicos, colocando de lado tanto o Coelho quanto o Villa Nova, que beliscou alguns dos títulos dos anos 1930. O Galo faria sua arrancada com o bicampeonato 1926/27, com o ataque comandado pelo Trio Maldito – Mário de Castro, Jairo e Said.
Já a Raposa mostraria sua força com o tri (1928/30) liderado por figuras como Nininho, Ninão, Bengala e, por fim, Niginho.Os anos 30 tiveram predominância atleticana, ainda com o Trio Maldito e, posteriormente, com atletas como Kafunga, Guará, Nicola, Paulista e Alfredo. O equilíbrio viria na década de 1940, com cinco estaduais para a equipe de Lourdes e quatro para a do Barro Preto, que faturaria seu segundo tri. Já os anos 1950 teriam amplo domínio atleticano, com um então inédito pentacampeonato, em campanhas lideradas por atacantes como Ubaldo, Lucas Miranda e Nívio.
A década de 1960 marcaria uma reviravolta, com o Cruzeiro hegemônico, especialmente a partir da Era Mineirão, tendo chegado também a seu pentacampeonato com uma equipe com estrelas como Raul, Tostão e Dirceu Lopes. A partir da metade dos anos 1970, poderio atleticano, com a c. Já os anos 1990 (seis taças) e 2000 (seis) teriam domínio celeste, enquanto os 2010 (cinco troféus), alvinegro.
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O título de 1956, decidido em três partidas em maio e junho do ano seguinte (dois empates por 1 a 1 e 0 a 0 e vitória do Atlético por 1 a 0), acabou dividido por decisão judicial. Se o alvinegro triunfou em campo, a escalação do zagueiro Laércio custou a partilha do troféu com o Cruzeiro. Detalhe: o atleta, denunciado pelo rival, estava irregular por não ter cumprido o serviço militar obrigatório. Como a sentença foi dada em 1959, recomendando nova final, os clubes concordaram em dividir a conquista.
Um regulamento mal redigido e o eterno cabo de guerra entre as equipes levaram também ao tapetão o campeonato de 1984. Com a melhor campanha no segundo turno, havia vantagem de dois “resultados iguais” para o Atlético nas partidas decisivas daquela fase contra o Cruzeiro. Na primeira partida, 4 a 0 para a Raposa. Na segunda, 1 a 0 para o Galo. Na briga pelo título, o alvinegro recorreu aos tribunais. Em 1990, a Justiça confirmou a taça para a equipe celeste.