Foi incrível ouvir os gritos de “Rússia, Rússia” e “Rússia campeã, hey, hey” da boca de jovens, adultos, crianças, idosos, homens, mulheres. Gente com o rosto pintado ou com cara de que estava apenas passando por ali e se deixou contagiar pela alegria de quem sabia muito bem a importância de estar nas quartas de final da Copa do Mundo pela primeira vez na história como Rússia e não como União Soviética, que havia conseguido o feito pela última vez em 1970.
Os russos parecem ter se descoberto torcedores natos. Povo resiliente, que constrói e preserva estátuas para nunca se esquecer de quem fez o país gigante, eles encontraram neste Mundial uma porção que talvez estivesse apenas adormecida.
Para mostrar em campo a força que em outros tempos derrotou as tropas de Napoleão e as de Hitler, não foi preciso violência, armas, nada. Sim muita aplicação tática e uma disposição incrível para segurar o ataque espanhol, como se disso dependesse a manutenção do Kremlin ou a preservação das lindíssimas torres da Catedral de São Basílio.
Não parece haver batalha perdida para eles. Podem até não ser campeões, como acho que não serão, mas deram ao mundo mais uma vez prova de que superam as dificuldades com muito empenho. E que sabem extravasar no momento adequado, como merecem todos os guerreiros após uma batalha vencida.