Crise

Um dos problemas a ser enfrentado pelo Cruzeiro é o da credibilidade. Sabemos que o futebol brasileiro exige dos clubes um certo malabarismo financeiro, para conseguir lidar com isso. É preciso contar com a confiança de parceiros, empresário, jogadores. Com tantas notícias ruins, com tantas cobranças, o clube terá que convencer os parceiros de que é uma boa opção. Dever, a maioria dos clubes brasileiros devem, mas o primeiro passo para se recuperar é reconhecer os erros, é limitar os gastos. O time do Mano Menezes tem pela frente a Copa do Brasil, a Libertadores e o Brasileirão. Todos com boas premiações. Mas a equipe terá que mostrar um pouco mais, terá que competir e se livrar dos efeitos da crise política.

Vivemos no futebol um modelo que deixa muitas dúvidas. Uma coisa é disputar uma eleição por paixão às cores de determinado clube. Outra é disputar cargos remunerados. Misturar as duas coisas sempre desagrada o torcedor e prejudica o ambiente interno da entidade. 

E fica a dúvida, o Cruzeiro está aproveitado a parada para a Copa América para ajeitar seu ataque, para definir um time titular? Porque esse foi um dos seus erros.

O maior reforço atleticano, sem dúvida, é a volta do Otero. Num futebol em que até a Seleção não consegue ter um cobrador de faltas, ter um jogador com a capacidade do venezuelano é um forte trunfo. Resta saber onde ele irá jogar. A disputa no meio-campo atleticano está acirrada.

A Seleção passou pelo Paraguai num jogo complicado. Os brasileiros tocaram a bola, fintaram, passaram, mas não conseguiram chegar ao gol do Gatito, que é bom goleiro mas que não foi tão exigido. O time do Tite mostrou falhas ofensivas. Phillippe Coutinho não está jogando o que se espera de um camisa 10. Perdeu a velocidade e está ocupando um faixa do gramado que facilita o trabalho da defesa adversária..

Gabriel Jesus está perdido em campo. Não tem sido aquele atacante impetuoso dos bons tempos durante as Eliminatórias. Não é meia nem centroavante, é uma engrenagem que não sem encaixa, que não dá seguimento às jogadas. O treinador o mantém por um certo sentimento de culpa, afinal, durante a Copa do Mundo obrigou o rapaz a jogar totalmente fora da sua posição.

O time brasileiro precisa de um centroavante. Um jogador que possa enfrentar defesas tão fechadas. Aquele cara que tromba com a zaga e não cai. Temos sim esse tipo de jogador, mas os arautos, os que exigem um futebol de exibição, não iriam aceitá-lo. O treinador teria que bancar a convocação. Do contrário, seguiremos com essa turma que dribla, toca e depois dá aquele chutinho fraco para o gol. 

Por culpa da falta de preparo dos árbitros, o VAR está se transformando numa chatice sem tamanho. Param o jogo e o árbitro, ao invés de se deslocar para conferir o lance, fica fazendo teatro no meio do campo. Depois desfila até o monitor para definir o lance. Assim não dá.