Pois é... O Peru caiu do céu. Foi aquele adversário dos sonhos. Imaginem um time ruim, um time sem rumo, um time do Peru com um goleiro peruzeiro? Era tudo que o time do Tite queria enfrentar. Claro, uma goleada sempre serve de incentivo, sempre eleva o moral. Mas, se de um lado a equipe nacional mostrou um pouco mais de vontade, por outro o time peruano me fez lembrar aquela equipe que entregou o ouro para a Argentina na Copa de 1978. Naquele jogo, o goleiro Quiroga só faltou tomar gol do gandula. Mas, desta vez, o Pedro Gallese viveu uma tarde de terror. Levou cinco gols e poderia ter levado mais. Para o Brasil, foi aquele jogo para lavar a alma. Mas o time precisa mostrar mais.
TEMPERO
O time brasileiro mostrou um certo atrevimento, mostrou que pode aliar o individualismo ao futebol moderno. Tite notou que o cardápio estava um pouco sem atrativo, sem sabor. Então, a solução foi Cebolinha, e olhem que nem tanto futebol ele mostrou, mas teve coragem, foi atrevido e se deu bem.
ARGENTINA
Individualmente, a Argentina tem um bom time. Meio passado, meio travado, mas é um time que pode até disputar o título. No entanto, principalmente do meio-campo para a frente, o time não fala a mesma língua. É muita gente errando passes e querendo ser herói. No meio da bagunça, fica o Messi, bom jogador mas que, na seleção do seu país, está devendo há muito tempo. Pois bem, o craque portenho resolveu encontrar um culpado. Segundo ele, são os gramados. Desculpa de quem não assume que precisa jogar mais.
BRONCA
Querem politizar as vaias, mas a verdade é que a origem de tal manifestação não é de agora. Houve um tempo em que os grandes jogadores brasileiros não se mandavam para Europa, ficavam aqui. Porém, as convocações deixavam muitos torcedores insatisfeitos. Um jogador que atuasse no Rio ou em São Paulo tinha sempre a preferência mesmo que jogasse o mesmo que um mineiro ou um gaúcho. Então, havia a insatisfação com a Seleção Brasileira, mesmo que ela fosse um time de excelente nível. Isso foi atualizado, graças às saídas de jogadores do país e do isolamento dos jogadores diante da torcida. Hoje ninguém vê treino, ninguém pode se aproximar e ninguém sabe a que horas ou aonde vai jogar um time da base.
INCOERÊNCIA
Nenhum torcedor vai ao estádio para simplesmente vaiar a Seleção. Pode até demonstrar sua insatisfação, mas sair de casa, pagar ingresso, pegar um trânsito chato, submeter-se às chatices das regras da Conmebol para ter acesso ao jogo, pagar por um copo d’água o que pagaria por uma cerveja, pagar por uma cerveja um absurdo... Só para vaiar? Não, não é assim. Na verdade, o torcedor vai ao estádio para aplaudir. Mas nem sempre o futebol mostrado em campo justifica o apoio.
CULTURA
O futebol feminino precisa de apoio e de renovação. Mas não esperem que os grandes clubes tenham a intenção de resolver o problema. Montaram algumas equipes por exigência da CBF. Mas dificilmente investirão na formação de jogadoras. A medida até traz um certo alento, mas é superficial. O futebol feminino, assim como outros esportes, precisam ser incentivados nas escolas. Vejo muitas escolas direcionando mal suas quadras esportivas. Muitas vezes, o esporte passa longe.