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DA ARQUIBANCADA

De volta à Segundona

A contratação de uma barca com 30 atletas, a maioria sem qualidade, impediu o melhor aproveitamento dos pratas da casa

postado em 18/11/2016 11:00 / atualizado em 18/11/2016 11:19

A derrota para o Flamengo definiu o retorno do América à Série B. Tragédia resultante dos muitos erros de dirigentes fracos, incapazes de montar equipe que desse alegrias ao torcedor e fizesse o mínimo que um time da Primeira Divisão tem de fazer: permanecer nela, mesmo se colocado na 16ª posição da tabela de classificação.

Matéria do colega Rodrigo Melo, “Rebaixamento precoce expõe sucessão de erros da diretoria na temporada”, publicada ontem, relaciona cinco erros: 1) Planejamento equivocado – dado o tamanho do fracasso cabe perguntar: houve planejamento?;2) Ilusão com o Mineiro; 3) Falta de critério nas contratações – dos 30 atletas contratados no ano, 16 foram dispensados durante o Campeonato Brasileiro, o que comprova a incompetência dos responsáveis pela escolha de jogadores sem qualidade; 4) Demissão de Givanildo – segundo o repórter, o treinador “não suportou a falta de vitórias nas primeiras cinco rodadas e foi substituído por Sérgio Vieira. Talvez a pior decisão da diretoria no ano, o português venceu somente uma partida e perdeu outras sete nos oito compromissos à frente do clube mineiro”; 5) Ingressos caros e baixa média de público – com o time ruim dando vexame em campo, essa “política” desastrosa de cobrar ingressos caros acabou por afastar de vez o torcedor do Independência.

A mesma matéria ainda estampa dados aterradores a respeito do América: pior ataque (21 gols); segunda pior defesa (51 gols); pior visitante – nenhuma vitória fora de casa; pior média de público – 3.378 pagantes por jogo; 5º ingresso mais caro – média de R$ 35. Um retrato em preto e branco do trabalho negativo e desclassificante realizado pelos atuais dirigentes. Nota zero.

ALEXANDRE GUZANSHE / EM DA PRESS


Àqueles erros é possível juntar ao menos dois outros, igualmente decisivos para o péssimo desempenho do Coelhão: 6) Venda de Richarlison em dezembro de 2015 – a falta que Richarlison fez ao time está evidenciada no desempenho ridículo dos atacantes que não sabem fazer gols contratados para substituí-lo: dos 21 gols feitos pelo Coelho em 35 partidas, apenas oito foram feitos por atacantes!; 7) Má utilização da base – a contratação de uma barca com 30 atletas, a maioria sem qualidade, impediu o melhor aproveitamento dos pratas da casa: só agora, tardiamente, estão tendo chances de mostrar seu futebol. Messias (foto), por exemplo, é mais seguro e eficiente do que Arthur, Adalberto e Suéliton, zagueiros horríveis que estiveram por aqui.

Pesquisa
O Superesportes perguntou: “Dos jogadores em fim de contrato, quem você gostaria de rever no América em 2017? Vote!”. Pesquisa louvável, mas os resultados me fizeram desconfiar que boa parte dos votantes é de: 1) Torcedores rivais; 2) Familiares e amigos dos jogadores; 3) Americanos que gostam de sofrer. Explico. Pela ordem, foram votados: Juninho (664); Osman (656); Jonas (636); Guerreiro (579); Claudinei (544); Alison (498); Michael (453); Nixon (396); Bruno Teles (292); Cardoso (202). Nem pintados de verde quero ver esses aí em 2017.

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