O lateral (volante/atacante...) foi anunciado pelo alvinegro em dezembro de 2010, e por questão de dias – e puro preciosismo da colunista que vos escreve – tem mais tempo de casa que o zagueiro Leonardo Silva, oficializado em janeiro de 2011. Em termos práticos, não há diferença, já que ambos iniciaram a temporada de 2011 na Cidade do Galo. Mas, por licença poética e rigor jornalístico baseado tão somente na ordem dos anúncios formais feitos pelo clube, o lateral larga na frente do zagueiro nessa estatística.
Na época, o Atlético adquiriu, por valores não revelados, 50% dos direitos de Patric, que pertenciam ao Benfica, de Portugal. Era sua segunda passagem pelo futebol mineiro (em 2009 havia defendido, sem destaque, o Cruzeiro) e ele chegava para disputar vaga com Diego Macedo e Rafael Cruz no time comandado por Dorival Júnior. Não convenceu muito e acabou emprestado, de graça, para a Ponte Preta após Cuca assumir a equipe. Assim começou um vaivém que tem feito parte de praticamente toda a trajetória dele no Galo e que ajuda a explicar o motivo de muita gente não ter entendido o motivo da renovação antecipada de contrato. Ainda que o titular, Emerson, esteja de saída.
De 2012 a 2017, com Marcos Rocha dono da camisa 2, Patric não teve muita brecha no alvinegro e jogou de Norte a Sul do Brasil. Defendeu Avaí, Coritiba, Sport e Vitória. No intervalo de cada uma dessas passagens, voltava ao Galo, disputava algumas partidas, era criticado e partia novamente.
No ano passado, com o técnico Thiago Larghi, ele chegou a emplacar uma sequência de jogos, diante das atuações ruins do então recém-contratado Samuel Xavier. Contudo, foi só Emerson chegar que Patric naturalmente perdeu a posição.
Mesmo com tantas idas e vindas, já são 137 jogos e 10 gols marcados pelo Atlético. Retrospecto que tem participação de dois treinadores, em especial. O primeiro é Levir Culpi, responsável por instigar a versatilidade em Patric. Foi também um dos incentivadores para a primeira renovação contratual do lateral, em dezembro de 2015. Patric terminou aquela temporada como um 12º jogador de Levir.
Outro que deu muita força a ele no Galo foi Diego Arguirre. Depois de goleada por 3 a 0 sobre o Colo-Colo no Independência, pela Copa Libertadores de 2016 – em que Patric balançou a rede e deu assistência para Cazares marcar –, o uruguaio ressaltou, na entrevista coletiva: “Amanhã, vou escutar as rádios, ler as redes sociais, vou ler as colunas de jornal e gostaria que os elogios sejam com a mesma intensidade que as críticas. Acho que isso seria justo com ele. Acho que ele merece, pois é uma grande pessoa e um grande profissional”.
Com a torcida atleticana, a relação é de amor, às vezes temperado com toques de ironia, e ódio. Quando o São Paulo demonstrou interesse em levá-lo para o Morumbi, a pedido de Aguirre, gritos de “Fica, Patric” ecoaram pelo Horto. O turco Osmalinspor também cobiçou o lateral, que chegou até a tirar foto vestido com a camisa do time. Mas a transação, envolta de muita polêmica, não vingou. E Patric ficou. Continua ficando. A princípio, até dezembro de 2020. Mas não duvidem de outra renovação de contrato. Patric é highlander.