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SELEÇÃO BRASILEIRA

Difícil de entender

O nome que não apareceu na convocação está rendendo muito mais discussão do que qualquer um dos 23 que lá estão. A antinotícia, em sua essência

postado em 14/05/2013 20:19 / atualizado em 14/05/2013 21:17

Se havia um nome considerado certo na lista de convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari para a Copa das Confederações, era o do armador Ronaldinho Gaúcho. E aqui não se trata somente do Ronaldinho do Atlético. Era o Ronaldinho Gaúcho do Brasil – pois as atuações de R10 com a camisa alvinegra extrapolaram as montanhas de Minas. Ultrapassaram até a fronteira brasileira. Em velocidade cibernética, os lances geniais do craque percorreram distâncias oceânicas, aportando em toda parte do mundo onde há alguém que se encante com um futebol bem jogado, de passes precisos, dribles surpreendentes e chutes certeiros.

A presença de Ronaldinho na Seleção Brasileira em uma competição oficial, disputada em gramados nacionais, seria muito mais que mero reconhecimento técnico. Era a chance de tentar devolver à amarelinha a magia perdida ao longo dos anos – e quase que assassinada em tempos mais recentes. A possibilidade de resgatar a afinidade do escrete canarinho com a torcida. A esperança de ver o time brasileiro se fortalecer e encontrar um rumo, a um ano da principal competição esportiva no planeta: a Copa do Mundo, que também será no nosso quintal.

Sim, ele estava devendo, na Seleção, exibições à altura das que tem mostrado no Galo. Mas se esse fosse o caso, quem é mesmo que está brilhando na Seleção? Quem tem sido incontestável no esquema junta-junta em que tem funcionado a equipe verde-amarela? Sem conjunto, sem tempo para treinos, sem sintonia entre os jogadores… Difícil, para não dizer injusto, colocar esse débito apenas na conta do Gaúcho.

Por tudo isso a ausência de Ronaldinho da lista surpreendeu meio-mundo – e aqui não é mera força de expressão. Até a Fifa, em seu Twitter oficial, fez menção ao fato, assim como à não convocação de Kaká. A imprensa internacional não entendeu. A nacional também não. E nós, de Minas, menos ainda. O nome que não apareceu na convocação está rendendo muito mais discussão do que qualquer um dos 23 que lá estão. A antinotícia, em sua essência.

Felipão disse ter razões para sua decisão. Só não expôs quais foram elas. E foi aí que ele escorregou. O mínimo que se poderia esperar do treinador era uma explicação. Talvez seus argumentos até fizessem muita gente que questiona a ausência de Ronaldinho compreender a escolha. O problema é que o silêncio acaba dando margem a todo tipo de suposição, inclusive àquela que levantou a suspeita de que Ronaldinho foi barrado por problemas disciplinares. Deixar no ar o motivo para a ausência do Gaúcho, quando todos apostavam em seu retorno, não é correto com Ronaldinho, com a torcida, com a Seleção Brasileira, e quiçá com o próprio treinador.

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