Depois de conversar com executivos, a coluna traz oito atualizações importantes sobre o tema:
- O Cruzeiro calcula ter hoje aproximadamente 840 credores, dos mais variados tipos, categorias e contextos. Cerca de 40% deste contingente é formado por jogadores de futebol.
- A dívida é exclusivamente da associação, e não da SAF do Ronaldo. E o Cruzeiro optou pela Recuperação Judicial como mecanismo de renegociação dos débitos. A SAF entra em ação somente na hora de pagar os acordos, com o percentual do repasse definido a partir das tratativas com os credores.
- A lista de fornecedores/parceiros para os quais o Cruzeiro deve assusta pela diversidade. Existem pendências com empresas de água (Copasa, no valor de R$ 2,5 milhões), telefonia (Vivo, na ordem de R$ 2,3 milhões), luz (Cemig, de aproximadamente R$ 284 mil), além de operadoras de viagem, restaurantes, lavanderias, hotéis e até a Minas Arena, concessionária que administra o Mineirão e cobra R$ 13 milhões.
- Fred é o ex-atleta com mais dinheiro a receber da Raposa, em um montante superior a R$ 50 milhões. São R$ 23,2 milhões numa briga judicial por sua ida ao Atlético e outros R$ 25 milhões pelo não pagamento, durante anos, de salários, imagens e luvas. Porém, Fred calcula que a disputa nos tribunais pela ação que envolve o Galo já alcançou, com juros e correção, cerca de R$ 30 milhões.
- Marcelo Moreno aparece na lista de fornecedores, levando a crer que o atacante emprestou dinheiro à diretoria em sua última passagem. Com uma curiosidade: quando volta da China, ele abre mão de um contrato total de R$ 50 milhões para ganhar salário de R$ 200 mil por mês.
- As dívidas bancárias são outra enorme dor de cabeça na vida do Cruzeiro. Para o BMG, por exemplo, a pendência é de R$ 97,7 milhões, de acordo com o processo de recuperação judicial.
- São Paulo (R$ 699 mil), Athletico (R$ 1,29 milhão), Vitória (R$ 8 milhões), Santa Cruz (R$ 3,9 milhões) e Ajax (R$ 5,8 milhões) são alguns dos clubes para os quais o Cruzeiro deve. Detalhe: Ronaldo desembolsou quase R$ 50 milhões ao longo do ano, com processos na Fifa e na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD).
- Nenhuma pendência é mais desesperadora que a movida por um grupo de empresários, responsáveis por bancar a compra, anos atrás, do zagueiro Dedé para o Cruzeiro. A recompensa viria quando da venda do atleta, que saiu de graça da Toca da Raposa. A consequência: o grupo de empresários já teve reconhecida pela Justiça de Minas Gerais cobrança de R$ 330 milhões.