Os atleticanos dirão, “Eu acredito”. Os cruzeirenses têm a certeza de que a classificação foi conseguida no Mineirão. A verdade é que se o Galo tivesse Ronaldinho Gaúcho, Tardelli, Bernard e Jô o torcedor poderia, sim, acreditar. Porém, com Luan, Patric, Elias, José Welison e Ricardo Oliveira vai acreditar em quê.? Sei que existe o imponderável no futebol, mas eu não posso acreditar jamais que esse time do Atlético devolverá, no mínimo, os 3 a 0 que tomou do Cruzeiro, quinta-feira. Ainda mais em se tratando de Copa do Brasil, competição na qual o time azul é o rei, com seis conquistas, em busca da sétima. O torcedor cruzeirense só não pode confundir a atuação do time com uma absolvição da diretoria. De jeito nenhum. As denúncias contra os dirigentes são graves e sérias e não poderão ser amenizadas, jamais. Uma coisa é Mano Menezes e o grupo de jogadores. Outra é a crise política. A polícia está investigando a fundo e vai entregar os culpados à Justiça. Não tenho dúvida disso.
O Galo tem um trunfo que é jogar no Horto. Naquele terreiro onde foi rei e amedrontou gigantes do futebol. Mas não adianta ter aquela “La Bombonera” se o time é ruim e pouco confiável. Quando você olha o alvinegro e não vê nenhuma referência em campo, percebe o quão distante o futebol atleticano está daqueles tempos de 2013 e 2014. Pelos nomes, citados acima, dá pra perceber a diferença do vinho para a água. Ronaldinho Gaúcho, eleito duas vezes o melhor jogador do mundo, foi o maestro daquela companhia. Não precisa dizer mais nada. Hoje, o “maestro” é Luan, um jogador absolutamente normal, que não sabe nem em que posição joga. Dar passes para trás é sua principal característica. Jogadores de péssimo nível ganhando fortunas e produzindo abaixo do esperado. Não porque estejam de má vontade. É ruindade mesmo.
O Independência deverá estar lotado, pois o torcedor é passional e, mesmo sabendo das deficiências de sua equipe, vai apoiar. No fundo, ele tem uma ponta de esperança de uma possível virada. Lembra-se daquelas viradas épicas sobre Corinthians e Flamengo. Porém, é o que eu afirmei acima. Aquele time de viradas épicas tinha Ronaldinho Gaúcho e outros craques. Hoje, o que se vê é isso aí. E, curiosamente, o Campeonato Brasileiro tem excelente média de público. Talvez a carência de uma juventude que tem em Anitta e Jojô Todynho seus ídolos musicais explique esse fato. Tudo no Brasil piorou substancialmente. Se no passado tínhamos gênios da música e da bola, hoje temos isso! Chegamos ao ponto de um idiota dizer que “depois de Pelé, o melhor jogador brasileiro é Neymar”. Esse tal de Sérgio Xavier só pode ter “diarreia mental”, ou quis puxar o saco de Neymar e companhia. Neymar tem talento, é claro, e é diferenciado. Porém, antes dele temos, no mínimo, uns 30 craques do passado que podem ser colocados abaixo do rei do futebol. Neymar não serviria nem para engraxar a chuteira de treino de Pelé. Esse futebol que se pratica hoje no Brasil está abaixo de qualquer crítica. Não temos um craque, nem um jogador referência. As equipes jogam na retranca, com raras exceções, explorando o contra-ataque. Foi assim que o Cruzeiro enfiou três no Atlético, na quinta-feira. E podem apostar: no jogo de depois de amanhã, Mano Menezes vai adotar a tática “boca de bode”. Um time mais fechado que os treinos da Seleção Brasileira. Não tenho a menor dúvida disso. E esse fato vai reduzir as chances de uma virada do Atlético praticamente a pó. Uma pena que o futebol brasileiro tenha seguido um caminho tão ruim. Isso explica as quatro edições de Copa do Mundo em que passamos em branco. Pelo jeito, ainda ficaremos muitos e muitos mundiais sem sentir o cheirinho da Copa Fifa.
Neymar calado é um poeta
“A Copa América serviu para muita gente calar a boca”, disse Neymar. O jogador, que aparece somente nas páginas de coluna social, e, recentemente, nas policiais, perdeu a chance de ficar calado. Ele deu essa declaração para dizer que quem ganha são todos os jogadores, não apenas um”. Na verdade, quando se tem um gênio da bola, esse cara ganha “sozinho” – casos de Maradona, Cristiano Ronaldo e Messi. Claro que uma equipe é formada por 11 jogadores e mais os reservas, mas o gênio, o craque, é quem faz a diferença na conquista. Sem Neymar, o Brasil provou que não depende dele para ganhar, embora tenha sido uma conquista sem brilho, com futebol pobre. Tão ridícula quanto a declaração de Neymar é ver a comissão técnica da Seleção se abraçar e comemorar o título como se fosse um Mundial. Nós nunca demos importância à Copa América. Pior que isso, só mesmo ver o filho de Tite, que não tem história no futebol, dar instrução à beira do campo quando um jogador entra. Beira o ridículo! Se fosse filho do Dunga ou do Luxemburgo, o que a imprensa “baba ovo” do Tite não diria?.