A propósito, o que de tão errado havia no Atlético para o diretor de futebol, Rui Costa, tomar tantas atitudes intempestivas? Ele não conhece a história do clube, suas conquistas recentes e tradições. Não o vejo com cacife para ser esse todo-poderoso. A cartilha é simples, se bem seguida. O presidente Sérgio Sette Câmara procura sanear as finanças do clube para entregá-lo melhor ao sucessor, mas é preciso cuidar com carinho do carro-chefe, que é o futebol. Sem ele, não há torcida, não há razão de o clube existir. Por que efetivar Rodrigo Santana se Abel Braga está desempregado? Um pouco de calma e estratégia não fazem mal a ninguém. Rui Costa precipitou-se nesse quesito e em tantos outros, que só virão à tona quando o caldo estiver entornado. É preciso cuidado com os palpiteiros do passado, gente que jogou o Atlético aos leões, na lama, no limbo. O Cruzeiro, que vive a fase mais grave de sua história, com denúncias de corrupção, fechou-se com Mano e os jogadores, e o resultado foi o que vimos na quinta-feira. Quem é do ramo sabe muito bem o que significa um grupo fechado com o treinador. Eles não deixaram nenhum dirigente se meter no futebol, naquele momento. Ganharam em campo, com seus métodos. Mano e jogadores, somente eles!.
A gente sabe que existe um Brasileirão, antes e depois que os principais times que disputam a Libertadores começam a se interessar por ele. E, curiosamente, Palmeiras e Flamengo, que disputam a Libertadores também, estão lá na frente no Brasileirão – o Palmeiras, com sobras. Isso vai dificultar ainda mais as pretensões do Galo, que, com toda certeza, não vai levantar o caneco nesta temporada. Olhando para Luan, Patric e companhia fica fácil chegar a essa conclusão. O torcedor vai sonhar com vaga na Libertadores, outra vez, e só. Não existe mágica no futebol. Se você tem um time qualificado, vai chegar. Se não tem, vai figurar na competição. Será assim com o Atlético e mais 15 clubes nas mesmas condições que ele. Portanto, o diretor de futebol, Rui Costa, deve trabalhar com os pés no chão, com a realidade que lhe é apresentada, sem inventar ou querer destruir o que de bom foi construído nos anos de ouro do Galo.
Aliás, ele deveria se preocupar, agora, no meio do ano, em formar uma equipe vencedora para a próxima temporada. Rescindir contratos onerosos e que têm dado prejuízo técnico, com jogadores abaixo da crítica – e o torcedor sabe quem são –, e montar um time vencedor, um grupo que possa ter confiança da torcida. Não é fácil, sem dinheiro e com poucas opções no mercado. Renato Gaúcho que o diga. Chegou ao Grêmio, montou seu grupo, não quis trabalhar com Rui Costa. Ganhou uma Libertadores, uma Copa do Brasil e disputou o Mundial de Clubes. Renato é do ramo. Já que Rui Costa tem carta branca no futebol alvinegro, que consiga resolver os problemas atuais. A derrota de quinta-feira foi vexatória e mostrou um time combalido e cansado, com erros grosseiros. Se a parada para a Copa América foi benéfica para o Cruzeiro, para o Atlético foi um desastre. Esse time que entrou em campo contra a Raposa não é aquele sonhado pelo torcedor. Agora, começa a arrancada dos times que desejam realmente levantar o troféu de campeão brasileiro. Tenho a certeza de que nessa corrida dos cavalinhos do Fantástico, com o genial Tadeu Schmidt, o Atlético vai figurar da parte intermediária para baixo. Depois podem me cobrar.
Tite
Apalavrado com os chineses, Tite está sendo demovido da ideia de deixar o comando da Seleção Brasileira. Ele ficou sem chão ao perder o diretor técnico, Edu Gaspar, e o auxiliar Sylvinho. Porém, a CBF repôs com Juninho Paulista, notícia dada por mim em primeira mão na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, e promete reforçar sua equipe com assistentes competentes. Resta saber se ele vai ficar feliz em trocar o salário de R$ 3 milhões mensais, que os chineses oferecem, pelo R$ 1 milhão que ganha como técnico do time brasileiro. Tite deveria ter respeito pelo atual presidente da República. Sua atitude no recebimento das medalhas não foi a de quem respeita sua pátria. Sabemos que ele é unha e carne com o presidiário Lula, mas o respeito ao cargo de presidente, seja ele quem for, deve existir sempre.