None

COLUNA DO JAECI

Fundo brasileiro fecha com 17 clubes para ter Brasileirão no exterior

Cruzeiro e Atlético, estão assinando contrato com o fundo de investimento BRFOOT MÍDIA S/A para a internacionalização dos direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro

postado em 11/08/2018 12:00

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Dezessete clubes brasileiros, entre eles Cruzeiro e Atlético, estão assinando contrato com o fundo de investimento BRFOOT MÍDIA S/A para a internacionalização dos direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro, a partir de 2019, por R$ 550 milhões em quatro anos. Cada clube receberá cerca de R$ 5 milhões por ano. A CBF e a Globo deram o aval. Flamengo, Corinthians e Atlético-PR, que são os rebeldes, por enquanto estão fora. Essa foi uma das cinco propostas feitas por fundos de investimentos, três brasileiros e dois internacionais, mas foi considerada a mais segura e mais lucrativa para os clubes. O diretor executivo do Cruzeiro, Marco Antônio Lage, faz parte da comissão permanente, criada pelos clubes para continuar acompanhando o processo: “Participei da comissão criada pelos clubes, e fizemos questão de manter essa comissão para todo o processo, pois queremos entender o mercado do exterior e saber o que estão fazendo com o nosso produto. Horário dos jogos em cada país, como estamos sendo vistos e tudo o mais. Claro que o produto para ser vendido tem que ter qualidade. E, nesse quesito, os grandes jogadores serão fundamentais.”

Lage diz que a Globo abriu mão da comercialização dos direitos de transmissão internacionais e das placas estáticas no campo. Por isso mesmo, esse contrato começará a partir de 2019, pois este ano a emissora carioca ainda está operando as placas estáticas. Ela só não abre mão da veiculação dos jogos para os países em que há assinaturas com transmissão em língua portuguesa, como Estados Unidos e Japão. O cidadão que assinou a Globo Internacional continuará a ter o produto em português. “É um ótimo negócio para os clubes. A Globo não altera o contrato conosco. Ficou definido que ela não pagará, a partir do ano que vem, a logística dos clubes, que será paga por esse novo fundo. São cerca de R$ 30 milhões anuais, que também não serão tirados dos R$ 5 milhões a que cada clube terá direito”, afirma o CEO do Cruzeiro.
Lage diz que os clubes ouviram atentamente a proposta dos cinco fundos e essa, com certeza, foi a melhor. “Ouvimos cinco empresas, estudamos detalhadamente cada projeto e chegamos à conclusão de que essa era a melhor, mais confiável e mais rentável para os clubes. É importante reafirmar que essa comissão permanente, criada por nós, irá fiscalizar e acompanhar o processo todo. Não estamos delegando para terceiros o direito de comandar o projeto. Isso ficará a cargo de nós mesmos”.

A BRFFOOT terá o direito de comercializar o Campeonato Brasileiro da Série A no mundo inteiro. “Eu batalhei muito o fato de ter a comissão de clubes participando ativamente do desenvolvimento do projeto para daqui a quatro anos, quando o contrato vencer, sabermos como estará a imagem do nosso futebol lá fora. O objetivo é ter um produto com mais qualidade que o de hoje para vender melhor ainda nos anos seguintes”, afirma Marco Antônio Lage. Resta saber como Flamengo, Corinthians e Atlético-PR farão para entrar nesse pacote, já que são considerados ovelhas negras.

O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, assinou o contrato na manhã de ontem, disse que é vacinado com essas questões do futebol brasileiro e que jamais negociará sob a batuta de Flamengo e Corinthians. Ele entende que o negócio com o fundo é muito bom para os clubes, pois terão receita extra de R$ 5 milhões anuais, mas diz que os clubes brasileiros precisam ser mais unidos em prol de uma causa coletiva. “Nós somos os donos do espetáculo. Cada um tem que resolver seus problemas, mas na hora de negociar, juntos somos mais fortes. Estudei muito bem esse contrato, assim como fui um dos primeiros a assinar com a Globo e Pay-per-view, lá atrás. Os clubes que assinaram com o Esporte Interativo se deram mal com o fechamento da emissora no Brasil. Futebol é coisa séria e devemos sempre olhar o melhor lado para o nosso clube. Somos gestores e temos que ter responsabilidade.” Sérgio Sette Câmara tem razão, pois os clubes que assinaram com o Esporte Interativo, que fechou seu canal no Brasil, demitindo, lamentavelmente, 250 profissionais esta semana, agora terão que pedir “penico” à TV Globo e, é claro, a emissora carioca vai pagar bem menos do que oferecera no começo do ano.

Tags: futnacional seriea interiormg atleticomg cruzeiroec