COLUNA DO JAECI
Larghi mantido por falta de opção no mercado
Ele está tendo uma chance de ouro, mas parece jogá-la no lixo, com péssimas substituições e escalações equivocadas
Jaeci Carvalho /Estado de Minas
postado em 18/04/2018 12:00
O Atlético jogou 3 pontos no lixo contra o Vasco. Jogou porque o técnico Thiago Larghi, a quem tenho defendido, teve medo de perder e deixou de ganhar. Atuou o segundo tempo inteiro na retranca, sem agredir o time carioca; mexeu tardiamente, e ainda de forma equivocada. Não é novidade que o Atlético não tem grupo para ser campeão, mas não está tão aquém dos apontados como favoritos. Como ninguém tem um craque e nem tampouco um treinador nível Guardiola, fica tudo equiparado. Pesa o fato de algumas equipes terem mantido seus técnicos e ter um grupo um pouco mais rodado, digamos assim.
Tenho uma visão diferente da maioria dos treinadores. Não gosto de jogador esforçado, que come grama e dá chutão na bola quando ela está saindo pela lateral só para fazer média com a torcida. Gosto de jogadores inteligentes, mesmo que não sejam craques. Que sabem jogar e não apenas dão suor e sangue. É muito bonito jogar para a galera quando o atleta fica em campo como barata tonta, sem guardar posição, sem eficiência no ataque. Para os torcedores de hoje, que não sabem o que é futebol de verdade, pois não viram os grandes craques, é legal ver esse cara que dá o sangue pela equipe.
Vi alguns reclamando do presidente Sérgio Sette Câmara. Ele assumiu há quatro meses, faz gestão austera, cortando custos e pagando dívidas, não tem dinheiro para contratações e ainda querem crucificá-lo? Não, minha gente. Se olharmos o grupo alvinegro, não é tão ruim assim. O problema é que a maioria dos jogadores está rendendo abaixo do esperado, e, dessa forma, fica difícil conseguir algo. Não concordo com Luan e Patric na equipe. Eles vestem a camisa, dão sangue e suor, porém, não sabem dar o principal: futebol. Será que é tão difícil um treinador ou um diretor enxergar isso?
Também faria o ataque com Eric, Ricardo Oliveira e Róger Guedes. Os torcedores dirão: “Você não viu o que Róger Guedes fez domingo, provocando o contra-ataque do Vasco que originou o pênalti?”. Claro que vi. Porém, o Galo não perdeu pelo erro dele. Se Róger Guedes está de má vontade, se há algum problema, que seja chamado pela diretoria e resolva sua vida. Mas ele esteve muito bem no começo do ano e se há implicância é do técnico, que o substituiu em todas as partidas até jogá-lo no ostracismo. Róger Guedes tem bola para jogar neste time.
No dia em que Gustavo Blanco teve sua melhor atuação, o técnico o tirou, alegando que ele estava cansado e havia pedido para sair. Cansado nada! Fica um pouco mais, segura até o fim, diria um treinador mais tarimbado. Larghi é estudioso, sério e vai vencer. Está tendo uma chance de ouro, mas parece jogá-la no lixo, com péssimas substituições e escalações equivocadas. O meio-campo tem que ser Adílson e Blanco. Elias, com todo nome e pompa, merece o banco, não está jogando nada. Otero, repito, é o melhor chutador do país, nada além disso. Não marca, não cria, não desempenha função alguma a não ser bater córner e cobrar faltas. Chamaria Cazares para uma conversa séria e diria: “Você tem potencial de craque, mas joga fora sua categoria o tempo todo. O que quer, voltar para o Equador e ser ninguém, ou brilhar no Brasil?”. Não é possível o cara fazer uma partida maravilhosa e sumir em 10. Há algo errado. Ou então Cazares é apenas um foguete molhado, com alguns lampejos.
Sinceramente, acho que Larghi está no cargo apenas por falta de opção no mercado. Não há um grande treinador. O melhor está empregado: Abel Braga. Luxemburgo e Cuca estão desempregados, mas não parecem querer trabalhar no momento. Santos, Corinthians, Botafogo, Vasco, Flamengo, Atlético... Todos estão apostando nos jovens, desconhecidos. Foi assim que Fábio Carille, do Corinthians, tornou-se conhecido e vencedor. Roger, do Palmeiras, é fraquíssimo, não demora a cair. Portanto, não culpem a diretoria. A crise é brasileira. Paulo Autuori seria outro grande nome, mas não fez bom trabalho no Galo e talvez queira ser apenas manager. E, todos sabemos, quem ganha jogo são os atletas. A participação de um técnico é de 10% a 15%. Os torcedores alvinegros devem apoiar agora. Apoiar quando tudo está bem qualquer um faz. Nos momentos difíceis, só os verdadeiros atleticanos. Hoje, o time deve se garantir na próxima fase da Copa do Brasil, pois venceu por 4 a 0 na ida. Não há outra expectativa que não seja essa.
Caboclo
O novo presidente da CBF, Rogério Caboclo, assumirá em abril do ano que vem. CEO dos mais competentes, trabalhou no São Paulo, fala vários idiomas e promete modernizar mais a entidade. Foi eleito ontem quase que por unanimidade, o que prova que federações e clubes pensam como ele. Dos oito vice-presidentes, Castellar Guimarães, da FMF, é um deles, o que enobrece o futebol mineiro.
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