Roubando de Machado de Assis, digo que aos vencedores, as batatas! Aos perdedores, a compaixão. A expressão aparece Em Quincas Borba, e sugere, simplificando bastante, que numa disputa entre duas tribos, por um campo de batatas que teria o suficiente para alimentar apenas uma delas, prevaleceria o mais forte.
Na vida, como qualquer adulto sabe, a vitória é um evento muito mais raro que a derrota. É a ordem natural das coisas. Há muito menos vagas no topo da pirâmide. O que não significa que quem fica pelo caminho não tenha seu valor, ou não mereça respeito por ter caminhado até onde conseguiu. O importante é reconhecer o verdadeiro valor da luta, do chamado bom combate, do empenho e da máxima dedicação. Além disso, há sempre a subjetividade da vitória.
Sim, porque ela está condicionada à meta estabelecida. Então, o que é uma vitória pra mim, porque eu estabeleci determinado ponto de chegada, pode ser uma derrota pra você. E isso não muda nossos valores ou integridade.
Imagine-se, pessoa comum que é (somos) sonhar um dia erguer uma taça de campeão num torneio profissional de futebol. Provavelmente isso não vai acontecer. Mas se você bate a sua bolinha e disputa o torneio do bairro, erguer uma taça torna-se possível, e sua conquista é para você tão relevante quanto a do profissional que foi campeão. É uma questão de adaptar a expectativa à capacidade de realização.
Sonhamos todos os dias com a vitória, com o dia em que estaremos no topo da pirâmide. Mas nos esquecemos de observar que talvez já estejamos lá. Que o que é realmente importante já é realidade nas nossas vidas. E por nos esquecermos disso, não desfrutamos dos momentos raros que podemos ter com pequenas vitórias cotidianas.
Talvez, você já mereça as batatas. Mas só consegue ver um campo devastado, porque o verdadeiro tesouro está escondido sob as cinzas da batalha.
O Cruzeiro tornou-se impecavelmente o campeão da Série B. Depois de anos de batalha, ajustes, erros, acertos, finalmente encontrou o caminho de volta para casa. E vejo muita gente desmerecendo a conquista, como se fosse algo fácil, ou simplesmente a obrigação de um time com a marca de clube grande. Ledo engano.
Para caminhar entre os gigantes, para estar no topo da pirâmide é preciso entender os passos a serem dados, é preciso perceber quão íngreme é a escalada e principalmente, dar cada passo com a consciência de quem sabe o que está fazendo. Sim, o Cruzeiro é gigante, mas precisava fazer por merecer andar entre eles.
Para caminhar entre os gigantes, para estar no topo da pirâmide é preciso entender os passos a serem dados, é preciso perceber quão íngreme é a escalada e principalmente, dar cada passo com a consciência de quem sabe o que está fazendo. Sim, o Cruzeiro é gigante, mas precisava fazer por merecer andar entre eles.
Por isso esta conquista tem tanto valor. Muito mais do que um troféu, é uma marca na alma, é uma ferida cicatrizada, é um lembrete eterno de que a batalha é diária, e que vencer não é algo trivial. É preciso lutar para merecer as batatas, sem perder a compaixão por aqueles que ainda não alcançaram seus objetivos.
Pelo simples motivo de que se você está no topo, um dia já esteve por baixo e se não se comportar como um verdadeiro campeão, fazendo valer com suor e dignidade as suas conquistas, logo estará lá embaixo de novo. E um verdadeiro campeão na vida, não se destaca por eliminar seus concorrentes, mas por inspirá-los a continuar tentando.
Pelo simples motivo de que se você está no topo, um dia já esteve por baixo e se não se comportar como um verdadeiro campeão, fazendo valer com suor e dignidade as suas conquistas, logo estará lá embaixo de novo. E um verdadeiro campeão na vida, não se destaca por eliminar seus concorrentes, mas por inspirá-los a continuar tentando.
Desfrute das suas conquistas, afinal, a vitória é rara como um diamante. Mas o caminho pode estar repleto de pequenos seixos de felicidade. E no fim, que haja batatas para todos.