Bob Faria: 'A triste e justa eliminação do Atlético na Libertadores'

Pode-se dizer que foi difícil, pesada e triste a desclassificação do Atlético na Copa Libertadores. Mas não dá para dizer que tenha sido injusta. A verdade é que o time não mostrou a qualidade coletiva suficiente para merecer a vitória. 

E é bom lembrar que o desfecho só corrobora a cadeia de fatores que derrubaram o rendimento da equipe em relação ao ano passado. Não foi ontem que o Atlético saiu da competição. Foi um processo de escolhas que não funcionaram. A começar pela manutenção tardia da ideia de jogo da antiga comissão técnica, que desmontou o que havia de qualidade no time, sem colocar algo à altura no lugar. 

Pois bem, eis que Cuca é chamado para tentar resgatar o futebol do time. Leva tempo. Talvez não o mesmo tempo que levou para desmontar, mas 5 jogos, e sem treinamento, certamente não foram suficientes. 

Isso dito, não podemos tirar as responsabilidades dos erros crassos cometidos nos dois jogos. Tomar o empate em casa da forma como foi já denotava um time com menos poder de concentração do que o adversário. E no jogo do Allianz Parque, mesmo com superioridade numérica durante um tempo inteiro, não mostrou repertório para ameaçar de verdade o gol do Palmeiras.

Em tempo, não tem como não questionar os dois lances capitais. A forma absurda como o Vargas provocou a sua expulsão no último minuto do jogo, num lance absolutamente desnecessário, sem sentido algum (e isso precisa ser muito bem esclarecido),  e a escolha do Rubens, o mais inexperiente entre os jogadores disponíveis para bater um pênalti decisivo. 

Por mais que ele na base Rubens tenha sido cobrador oficial, que tenha demonstrado confiança, que tenha treinado, sob a pressão daquele momento foi errado deixá-lo com essa responsabilidade. Portanto, volto a dizer: é triste a desclassificação do Atlético, mas não é injusta. É consequência de uma sucessão de decisões que não deram certo. Decisões coletivas e individuais!