Brasil e
Argentina fazem nesta terça-feira, às 21h30, no Mineirão, a partida mais esperada desta
Copa América, valendo vaga na decisão da competição. O confronto traz boas lembranças para os brasileiros. Primeiramente, porque a Argentina nunca venceu o Brasil no Gigante da Pampulha. E na última vez que o clássico sul-americano foi realizado no
Mineirão, a
Seleção venceu a
Albiceleste por 3 a 0 (gols de Philippe Coutinho, Paulinho e Neymar), pelas eliminatórias para a Copa de 2018.
Outro confronto histórico entre as seleções rivais foi realizado em Belo Horizonte.
Há 51 anos, jogadores de
América,
Atlético e
Cruzeiro estiveram juntos, do mesmo lado, vestindo a camisa da
Seleção Brasileira, no
Mineirão. Em 11 de agosto de 1968, a
Seleção Mineira representou o Brasil, que venceu a
Argentina por
3 a 2, em amistoso. As imagens da partida, resgatadas e digitalizadas a partir do acervo da extinta
TV Itacolomi, dos
Diários Associados, é o segundo episódio da seção Um momento na história.
Naquele ano, a
Seleção fez dois amistosos contra os argentinos usando jogadores de times locais. No Rio, em 7 de agosto, um combinado de atletas de clubes cariocas, sob comando de
Zagallo, goleou a
Albiceleste por 4 a 1, gols dos botafoguenses Waltencir, Roberto Miranda (dois) e Jairzinho, com o futuro treinador argentino Alfio Basile descontando para os visitantes.
Quatro dias depois, foi a vez dos mineiros vestirem a camisa da
Seleção. O time foi comandado pelos jornalistas Biju, Carlyle Guimarães e Jota Júnior. Como tiveram pouco tempo para treinar no
Sesc Venda Nova (local da concentração), eles optaram por manter a base do
Cruzeiro como titular.
Dos 11 titulares, nove eram da
Raposa: Raul, Pedro Paulo, Procópio (capitão), Zé Carlos, Dirceu Lopes, Natal, Tostão, Evaldo e Rodrigues. Completaram o time os atleticanos Djalma Dias e Oldair. No fim da partida, Dirceu Alves, que estava trocando o
América pelo Corinthians, entrou em campo. O capitão da
Argentina era Roberto Perfumo, que defenderia o
Cruzeiro na década seguinte.
“O
Cruzeiro tinha um timaço e o
Atlético, grandes jogadores. Era uma seleção feita praticamente sem treinar, feita em cima da hora, então tinha que ter uma base e base que vinha ganhando campeonatos era o
Cruzeiro. E o Oldair e Djalma Dias, que eram grandes jogadores, entendiam isso”, lembra Evaldo, que marcou naquela tarde seu único gol com a camisa da
Seleção, aproveitando cruzamento de Rodrigues e se antecipando ao goleiro Rubén Sánchez.
Depois de abrir o placar com Evaldo, o Brasil ampliou com um golaço de Rodrigues em jogada que começou com Natal. A Argentina diminuiu com Rendo, mas Dirceu Lopes ampliou, com chute forte no canto direito. No fim, Ángel Silva marcou o último gol. O amistoso foi o primeiro de cinco confronto com os argentinos no Mineirão. O Brasil venceu quatro (2 a 1, em 1975; e 3 a 0, em 2004 e 2016) e um empate (0 a 0, em 2008).