Depois de ver Messi apenas pela janela do ônibus, na capital baiana, Paulo Victor encarou mais 25 horas na poltrona do ônibus, cortando mais de 1,5 mil quilômetros entre Palmas-TO e Belo Horizonte, para tentar encontrar seu “irmão gêmeo” mais famoso. Ele chegou a BH na noite desta segunda-feira para assistir ao clássico.
“Não foi nada planejado. Vendi minha moto por R$ 700 e um computador para ir a Salvador e tentar ficar perto do Messi. Sem ingresso, sem nada. A torcida da Argentina gostou tanto de mim que me deu ingresso para o jogo, mas só vi o Messi pela janela do ônibus, não consegui chegar perto dele. Acabei ficando por lá e ainda ganhei ingresso para ver mais um jogo. Fiz amizade com argentino, chileno, colombiano, todo mundo gente boa demais”, contou.
Mas a relação de Paulo Victor com a própria aparência foi conflituosa no início. “Eu comecei a ser sósia do Messi em 2016, quando fiz alguns vídeos para o Twitter. Em pouco tempo, tinha três mil seguidores. Não gostava muito de ser parecido com Messi, mas comecei a fazer vídeo tirando onda com a situação e acabei gostando”, conta.
Por causa dos compromissos como sósia, Paulo trancou a faculdade de gestão pública. Depois de gastar o dinheiro da moto e do computador em Salvador, voltou para Palmas. Não viria para Belo Horizonte, mas ganhou um ingresso e encarou outra viagem de mais de um dia para ver a semifinal. “Pedi dinheiro para o meu pai. A passagem custa R$ 360, mais que um ingresso. Mas está valendo a pena. A festa é boa demais. É a maior experiência da minha vida”, contou.
Paulo ainda não teve tempo de conhecer Belo Horizonte. Está hospedado em um hotel no centro, mas garantiu que já teve tempo de experimentar o pão de queijo – e aprovou. “Futebol não é só a bola. É mais que isso. É parceria, amizade. Em Salvador, conheci gente do mundo inteiro, bebi todos os dias e quero repetir em Belo Horizonte”.