Por se tratar de um torneio global, a Copa do Mundo tem uma grandeza em si que supera todas as outras competições continentais, como a Copa América. Uma comparação pura e simples entre os eventos em Belo Horizonte mostra essa disparidade. Da segurança ao ambiente do jogo, tudo foi bem diferente.
Enquanto a Força Nacional foi a responsável pela segurança nos jogos da Copa do Mundo, desta vez a Polícia Militar cobriu a área do entorno do Mineirão. A partir das 15h deste domingo, o acesso na Abrahão Caram estava restrito para quem tinha ingressos ou para moradores cadastrados. O mesmo ocorreu na Avenida Presidente Carlos Luz, na esquina com a Avenida Alfredo Camarate.
Por causa do público pequeno no jogo da Copa América, não houve grandes retenções no trânsito, como ocorreu em 2014. A Polícia Militar parava os torcedores, revistava as bolsas e conferia os ingressos.
Além da PM, a Guarda Municipal também colaborou no esquema de segurança. Uma novidade foi a presença de fiscais da prefeitura de Belo Horizonte. Um grupo estava coibindo a ação dos ambulantes pela região.
No Mundial, houve isolamento total da área no entorno do Mineirão. Desta vez, foi possível observar carros parados em vários locais que estavam dentro do círculo de segurança, nas ruas próximas aos estádio.
Mesmo com 4 a 0 no placar, a estreia da Copa América em Belo Horizonte nem passou perto do clima de Copa do Mundo, com turistas de vários países, animação e grande público. Antes do jogo, grupos pequenos de torcedores de Uruguai e Equador ficaram próximos ao setor Norte do estádio, confraternizando de forma tímida e pacífica. No Mineirão, estiveram presentes 13.611 torcedores.
Dentro do estádio, a torcida uruguaia se concentrou atrás do gol, no setor Sul. Os equatorianos estavam no espaço vermelho superior. Eram poucos, mas fizeram barulho.
Opinião dos torcedores
O servidor público Alexandre Luiz de Castro Maciel, de 36 anos, acompanhou alguns jogos da Copa do Mundo no Mineirão. Ele esteve presente, por exemplo, na vitória da Argentina por 1 a 0 sobre o Irã, no dia 21 de junho, e voltou ao Gigante da Pampulha para a partida desta noite entre Uruguai e Equador. Ele acha que os climas entre as competições são diferentes.
"Bem diferente. Tem menos torcedores, a expectativa está menor por conta das seleções que vão participar, não teremos equipes europeias que têm um impacto grande. A Seleção Brasileira não está animando muito também, isso desanima. E o preço dos ingressos fez muita gente desistir", disse Alexandre, que estava acompanhado da namorada.
Quem nunca esteve em uma competição internacional entre seleções aprovou o que viu. São os casos dos amigos Humberto Silva Dutra, 22 anos, estudante de engenharia aeroespacial, e André Felipe Rocha da Silva, 24, mestrando em engenharia aeroespacial.
"O evento em si é interessante, porque reúne gente de todos os locais da América do Sul, tem gente do Brasil todo e é um clima amistoso, de uma rivalidade saudável", disse Humberto.
André ficou decepcionado com o público. "A gente está acostumado a vir em jogos dos times mineiros, agora é diferente, a gente vê vários uniformes, gente falando outros idiomas, é interessante, embora esteja vazio", disse.
Venda de produtos
A cerveja custou R$ 12 (Brahma, 350ml) ou R$ 14 (Budweiser, 350ml). A água (500 ml) foi comercializada por R$ 6, enquanto os refrigerantes (Pepsi ou Guaraná Antártica, 350 ml) saíram por R$ 8.
Na Copa do Mundo de 2014, a garrafa de água (600 ml) saiu a R$ 6, o copo de refrigerante custou R$ 8, a Brahma, R$ 10, e a Budweiser, R$ 13.
Em dias de jogos de Atlético e Cruzeiro no Mineirão, os preços dos produtos são menores. A água (500ml) é vendida por R$ 5, a cerveja (350ml) por R$ 7 ou R$ 8 e os refrigerantes (350ml) por R$ 6. Bares do estádio vendem, entre outros, o tradicional tropeiro (R$ 10).
Ao contrário do que ocorreu no Mundial, neste domingo, o comércio em volta do Mineirão funcionou normalmente. Os bares venderam as comidas típicas dos dias de jogos, como tropeiro, churrasquinho, cerveja e refrigerante.
O estudante Humberto Dutra reclamou dos preços. "Realmente é um pouco abusivo, foge do que a gente está acostumado no Mineirão".
Uma pequena loja foi montada para vender camisas da Copa América e copos personalizados da competição. Na Copa do Mundo, um espaço imenso foi montado na esplanada do estádio, com diversos produtos licenciados. Caso queira levar uma lembrancinha, o torcedor paga caro. A camisa sai a R$ 90, o boné custa R$ 70 e o copo, R$ 20.
Para animar o público, a Copa América organizou um show com dupla sertaneja, que comandou o ritmo antes da partida.