Não havia muita empolgação com a Seleção. Pouquíssimas pessoas trajavam a camisa do time, seja a amarela, a azul ou a branca, usada pela equipe na noite desta sexta-feira. Era possível contar nos dedos quantos estavam com o uniforme. Até havia muitas camisas do Atlético, porém, também não se viam tantas do Cruzeiro. Um torcedor atleticano provocou, dizendo que os cruzeirenses estão envergonhados pelos últimos resultados e pela situação vivida pelo clube nos bastidores.
Muita gente foi ao Expominas por causa do show da dupla sertaneja Henrique e Diego, antes do jogo. Era o caso do grupo de amigos formado por Lucas Lúcio, de 20 anos; Cristina de Oliveira, de 42; Gisele Santos, de 31; Karoline Rezende, de 21; Vanessa Waila, de 18; Gisele Hieroceles, de 28; e Fernando Pereira, de 22. Tão logo terminou o show, eles juntaram duas mesas atrás do telão que passava a partida e ficaram lá degustando cerveja e beliscando tira-gostos.
Karoline disse ser fã de futebol, mas afirmou que não assistia ao jogo em protesto, pois acha um descaso com a Seleção Feminina, que disputa simultaneamente a Copa do Mundo e não tem a mesma atenção. “É um absurdo. Só porque é jogo masculino armam esta festa. Mas não fazem o mesmo com o feminino. Chega a ser discriminação. Por isso, não quero nem ver a Copa América. Virei aqui apenas para ver os shows, como o de terça, da Ludmilla”. Aliás, não há mais ingressos para o jogo de terça-feira, Brasil x Peru – os bilhetes estão esgotados, o que se supõe, seja por causa da cantora.
Já o policial civil Daniel Pereira Cruz, de 38, afirmou que estava lá para assistir à estreia brasileira na Copa América. Ele acha que sabe o motivo do pouco entusiasmo: “O torcedor está desanimado com a Seleção. Não sei se é por causa do 7 a 1 ainda ou se pelos últimos acontecimentos, resultados e problemas com jogadores. Não empolga mais. Mas eu gosto de futebol e acho que aqui é um bom lugar para ver a partida”.
TORCIDA MORNA
A prova maior de que não existe mais empolgação com a Seleção Brasileira é que nem mesmo nos momentos em que o Brasil pressionou o adversário e chegou a perder gols feitos houve muita vibração. Os gols até foram comemorados, mas também de forma comedida. “A gente fica vendo um time de desconhecidos. Jogadores que não têm nada a ver com a gente. Fica difícil empolgar”, comentou o funcionário público Reginaldo Dorneles, de 37 anos, que assistiu ao jogo, como ele mesmo disse, “quase sem emoção”.