Gustavinho esteve na decisão por duas vezes com o Paulistano e repetiu o rendimento pelo Flamengo. O treinador conquistou o título das temporadas 2017/2018 e 2018/2019, na última edição completa do torneio. Já Mortari, apesar de ostentar cinco títulos nacionais na carreira (1977, 1978, 1979, 1983 e 1995), vai estrear em uma final de NBB.
"O Cláudio é uma lenda. Um treinador veterano na idade, mas super atual na maneira de atuar na prática. É o treinador brasileiro mais vitorioso em atividade e, além de uma grande dificuldade, será uma grande honra pra mim poder enfrentá-lo. Somos amigos, conversamos bastante fora da quadra, mas agora será cada um lutando pelo seu lado e pelo título", afirmou Gustavinho.
Mortari retribuiu o elogio. "Será um duelo muito interessante. O Gustavinho foi meu atleta e é um jovem que tem feito um grande trabalho no comando de uma equipe muito forte. Creio que, com certeza, ele será o treinador da seleção brasileira em breve, porque faz um grande trabalho e é um técnico que já cresceu e vem crescendo muito ao longo dos tempos. Enfrentá-lo na final será uma sensação muito boa e um grande desafio."
O experiente treinador quer conquistar o título em sua primeira final de NBB, mas admite que estar nesta decisão já é um prêmio pelo trabalho realizado no São Paulo. Após terminar na terceira posição na fase regular, o time do Morumbi passou pelo rival Corinthians nas quartas de final (2 a 0) e desbancou o Minas Tênis Clube, que era favorito, na semifinal, por 3 a 0.
"É um desafio extremamente importante. O fato de chegar na final já é uma sensação muito boa e reconhecimento de um árduo trabalho, que foi bem feito. Apenas uma equipe será a campeã, mas isso não desvaloriza quem ficar com o segundo lugar. Foi uma grande competição e estar nesta decisão é algo muito bom e que vamos viver da forma mais intensa possível", afirmou Mortari.
Com mais lastro em finais de NBB, Gustavinho garante que o histórico recente não entra em quadra. O Flamengo, no entanto, ostenta 31 jogos de invencibilidade, incluindo NBB, Copa Super 8 e Champions League Américas. A última derrota foi para o Corinthians, por 83 a 69, no dia 29 de dezembro do ano passado. Além disso, todos os jogos da série melhor de cinco serão no Maracanãzinho, no Rio.
"É um número importante, que serve como motivação para seguir em frente, mas infelizmente eles não entram na quadra. Há que se construir todo o caminho para a vitória e para o título novamente, com muito treino, muito planejamento e muito trabalho, independentemente de quantas vezes se tenha chegado à final ou ganhado o título", comentou Gustavinho.
Para o treinador do Flamengo, o segredo para derrotar o São Paulo está na defesa. A final coincidemente reúne os dois melhores ataques do NBB, com média de 89,1 pontos por jogo. As duas equipes também lideram em arremessos de três pontos, com vantagem para o time (13,2 contra 11,6).
"O São Paulo é um grande time, com ótimos jogadores e os resultados da temporada demonstram isso. É muito difícil sempre jogar contra eles e dessa vez não será diferente. Temos de botar o nosso foco na defesa, que creio que será o melhor caminho para tentar vencer", comentou Gustavinho.
O fato de ter de jogar na casa do adversário não intimida Mortari. Por causa dos protocolos de combate à covid-19, os confrontos serão todos no Maracanãzinho, assim como aconteceu nas duas séries semifinais. "O que determina o vencedor é quem tem mais tranquilidade, determinação, inteligência de jogo e paciência. Playoff é uma competição diferente. São jogos seguidos, que você não sabe a reação da equipe após um resultado, seja ele positivo ou negativo, e tempos pouco tempo de recuperação. Eles terão a vantagem de jogar na casa deles, mas não creio que seja algo tão vantajoso neste momento."
INÉDITO
O encontro na final entre duas equipes com ligação com o futebol acontece pela primeira vez na história do NBB. A última vez que isso ocorreu foi pré-NBB, entre Vasco e Flamengo, em 2000. Naquela oportunidade, Mortari era o técnico do time rubro-negro que tinha Oscar Schmidt e foi superado na decisão pelo rival, que era comandado por Hélio Rubens.
"É importante a manutenção do time do Flamengo e a criação do São Paulo. Isso dá maior força e visibilidade ao campeonato. Torcedores que, talvez não tivessem tanto interesse no esporte, passam a olhar de uma outra forma e todo mundo ganha com isso. O clube passa a ser ainda mais visto, o torcedor ganha uma nova experiência e o esporte cresce ainda mais. Isso motiva bastante e espero que mais times apareçam nos próximos campeonatos", analisou Mortari.
"Acho que não sei relacionar os times de camisa com a final do NBB, mas, sem dúvidas, será uma atração à parte nessa reta final de competição. São dois clubes com muitos torcedores, que arrastam muitas paixões, e que com certeza acompanharão seus times de perto na decisão", completou Gustavinho.
A segunda partida da final do NBB entre Flamengo e São Paulo está agendada para segunda-feira, dia 24, às 20h. O terceiro jogo será em 27 de março, às 18h30.