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F1: piloto estreante é processado por empréstimo de R$ 1,4 milhão em 2018

Nyck de Vries, da AlphaTauri, é acusado por magnata holandês de reter informações e violar acordos relacionados ao empréstimo para sustentar carreira júnior

20/01/2023 12:40 / atualizado em 20/01/2023 13:58
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Nyck De Vries foi piloto reserva da Mercedes durante a temporada 2022
foto: Reprodução de instagram / Nyck De Vries

Nyck De Vries foi piloto reserva da Mercedes durante a temporada 2022


 
Nyck De Vries vai estrear como piloto titular na Fórmula 1 em março, mas antes mesmo de as luzes vermelhas se apagarem, o piloto holândes de 27 anos já é o centro das atenções do paddock: o estreante está sendo processado por um magnata holandês por conta de um empréstimo de 250 mil euros (por volta de R$ 1,4 milhão), contraído em 2018, para sustentar sua carreira "júnior".

O novo piloto da AlphaTauri está sendo acusado por Jeroen Schothorst, que alega ter sido "enganado", após De Vries supostamente ter retido informações e violado acordos relacionados ao contrato de empréstimo assinado em 2018. 

O acordo previa uma taxa de juros de 3% ao ano, bem como corte nas receitas advindas de possível entrada na F1. O "contrato" também garantiu que o empréstimo seria renunciado caso De Vries não se tornasse piloto de Fórmula 1 até 2022 - o que não aconteceu. 

Nyck De Vries chegou a pagar 190 mil euros (aproximadamente R$ 1 milhão) em juros para o magnata, mas como não tinha acordo com a F1 até 2022, supôs que o empréstimo seria cancelado, conforme o acordo inicial. 

Acusação de Jeroen Schothorst


Para Jeroen Schothorst, todavia, o acordo não foi encerrado. Nesta semana, o magnata foi aos tribunais de Amsterdã para alegar que o piloto não forneceu informações necessárias sobre seus ganhos e contratos durante o prazo do empréstimo. Além de solicitar esses detalhes, o empresário deseja informações sobre o contrato com a AlphaTauri, assinado em 2022, mas válido para 2023.

Schothorst também contesta a definição do papel de Nyck De Vries como piloto de teste e reserva na F1 no ano passado, alegando que o viu trabalhar formalmente para Mercedes, Aston Martin e Williams - tendo até disputado o Grande Prêmio de Monza com a última.

Segundo comunicado divulgado pelo empresário, ele prestigia e comemora a entrada de um novo piloto holândes na categoria e reforça que acreditou e investiu na carreira de De Vries quando ninguém o fazia. 

"Investimos na carreira de De Vries em um momento crucial, e quando ninguém mais queria fazê-lo. Agora temos diferentes opiniões a respeito da interpretação do acordo no qual entramos um com o outro naquele momento", afirmou Schothorst.

Ele afirmou que o caso seguirá nos tribunais, mas desejou sucesso ao piloto: "Coisas assim acontecem e, como resultado, infelizmente, precisamos levar o assunto para os tribunais. Realmente preferíamos que isso fosse diferente, mas isso não muda o fato de que, como fã de automobilismo, desejo a Nyck todo o sucesso possível na continuação da carreira".
 

Defesa de Nyck De Vries


Através de seus advogados, o piloto holândes negou todas as acusações, alegando que forneceu todas as informações necessárias sobre seu contrato. 

De acordo com o jornal De Telegraaf, o advogado de De Vries, Jeroen Bedaux, afirma que o piloto propôs o reembolso do empréstimo de 250 mil euros além dos 190 mil euros de juros que ele já pagou, mas essa proposta foi rejeitada pela Schothorst.

"Tudo mostra que a Investrand não consegue tolerar o fato de De Vries ter se tornado piloto de Fórmula 1 em 2023, e não no último ano do acordo", disse Bedaux, no tribunal, na terça-feira.

Bedaux também alegou que De Vries recusou a oferta de Schothorst para se tornar seu empresário na Fórmula 1. A previsão é de que um tribunal em Amsterdã julgue o caso em 3 de fevereiro.

Nyck De Vries vai estrear como piloto da escuderia AlphaTauri, na Fórmula 1, em 5 de março, no Grande Prêmio do Bahrein. 

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