Lewis Hamilton voltou a falar sobre os efeitos da COVID-19. O piloto da Mercedes foi o terceiro colocado no GP de Abu Dabi, que encerrou a temporada 2020 da Fórmula 1, e não conseguiu ameaçar em nenhum momento Max Verstappen, que venceu a prova. Sua performance aquém do esperado é fruto das limitações físicas provocadas pela sequelas da doença.
Após a corrida nos Emirados Árabes, o heptacampeão mundial, que já havia relatado incômodo nos pulmões depois do treino classificatório, revelou que não se sentiu bem fisicamente durante a prova e que é muito desafiador correr dias depois de ser contaminado.
"Nunca me senti tão destruído. Meu corpo não está bem", resumiu o britânico. "Mas estou feliz, estou grato, estou vivo para lutar outro dia. Ainda consegui terminar a temporada com um pódio, por isso agradeço a equipe por ter contribuído. Considerando as últimas semanas que tive, estou realmente feliz com o fim de semana", acrescentou.
Hamilton testou positivo para o coronavírus um dia depois de vencer o GP do Bahrein, no fim de novembro, e foi substituído na etapa seguinte, o GP de Sakhir, por George Russell.
Ele foi liberado para retornar às atividades nesta semana e participar da última corrida do ano depois do período de isolamento e de testar negativo, mas as sequelas permanecem.
O piloto da Mercedes relatou que sentiu os efeitos do vírus durante todo o fim de semana. Na sexta-feira, registrou apenas o sexto e o segundo tempos nos primeiros treinos livres. No sábado, quando classificou-se em terceiro para o GP de Abu Dhabi, disse que ainda sentia um incômodo nos pulmões, admitiu que não estava 100%, mas falou que não perderia a prova final de 2020 por nada. Na pista, ficou longe de ameaçar seu companheiro Valtteri Bottas, o segundo, e o vencedor Max Verstappen, algo incomum para quem se acostumou a estar no lugar mais alto do pódio e que dominou a temporada.
"Foi realmente uma corrida difícil para mim fisicamente. Estive bem o ano todo, mas hoje definitivamente não", lamentou Hamilton, que voltou a alertar para a necessidade de encarar o coronavírus com seriedade. "Covid não é brincadeira. Jamais pensei que fosse, e sabia que se eu me infectasse seria difícil, porque existem pessoas perdendo suas vidas, eu sei que é sério. Mas sempre achei muito estranho ver líderes mundiais rindo disso como se não fosse nada".
O britânico foi o terceiro piloto da Fórmula 1 a contrair o coronavírus. Além dele, também foram contaminados o mexicano Sérgio Perez e o canadense Lance Stroll, ambos da Racing Point. A Mercedes também sofreu com um surto da doença entre funcionários no GP de Eifel, na Alemanha.