Superesportes

FÓRMULA 1

Busca por ingresso ao GP do Brasil é alta, mesmo sem piloto do país no grid

Pela primeira vez desde a entrada no calendário, Brasil não tem piloto na prova

Estadão Conteúdo
Sebastian Vettel foi o vencedor do Grande Prêmio do Brasil na última temporada - Foto: AFP / Carl DE SOUZA
O GP do Brasil de Fórmula 1 vive um momento peculiar na história. Pela primeira vez desde a entrada no calendário oficial da categoria, em 1972, a prova não terá nenhum piloto brasileiro no grid. Neste domingo, em Interlagos, as cerca de 140 mil pessoas esperadas no evento vão acompanhar a largada sem ter ao menos um compatriota para torcer, situação que pode voltar a se repetir pelo menos na próxima edição, se nada mudar.

O panorama, no entanto, não preocupa a organização da prova. Os promotores do GP afirmam que dois setores já tiveram ingressos esgotados e entendem que a presença ou não de pilotos brasileiros não altera a vinda de torcida, pois o público que vai ao autódromo todos os anos é atraído pela fidelidade ao esporte e não pela presença de compatriotas na pista.

A prova deste domingo não terá brasileiro nem disputa de título, já que o inglês Lewis Hamilton cravou o pentacampeonato na etapa do México, mas existem outros motivos para acompanhá-la. "A ausência de um piloto brasileiro é lamentável, mas o público quer ver a corrida. Quer ver Lewis Hamilton contra Sebastian Vettel. Então, no fundo, para nós não faz diferença ter um brasileiro", analisou Tamas Rohonyi, promotor do GP.

Nas últimas quatro temporadas, a presença de torcedores tem se mantido alta. Em 2016, na primeira despedida de Felipe Massa do circuito, foi registrado o menor público dos últimos cinco anos.
Os 128 mil torcedores presentes encararam a chuva que não deu trégua em São Paulo para ver o atual campeão inglês ter seu primeiro triunfo em solo brasileiro e adiar o título do alemão Nico Rosberg para a etapa de Abu Dabi.

Em 2017, das 141 mil pessoas que assistiram de perto o primeiro lugar do alemão Sebastian Vettel, 14 mil eram estrangeiras. Os argentinos ocupam a liderança, seguidos por uruguaios e chilenos. A importância do evento é tanta que a prefeitura de São Paulo considera o GP do Brasil o segundo maior evento da cidade, superado apenas pela Parada LGBT na avenida Paulista.

Entre o público, a grande maioria é do sexo masculino: 76,4% são homens. A pesquisa do Observatório de Turismo feita na edição passada da prova em Interlagos revela ainda que a idade média dos torcedores é de 30 anos, 73,3% completou ao menos o ensino superior e a maior parte dos interessados tem renda familiar entre R$ 4.686 e R$ 9.370.

O mesmo estudo mostra que mais da metade dos torcedores não é da cidade de São Paulo e que 48% da plateia vai até o local da prova de carro. Para incentivar as pessoas irem até Interlagos de transporte público, a SPTrans criou o Expresso F-1, esquema de ônibus diferenciado que inclui veículos saindo de seis terminais diretamente em direção ao autódromo tanto no sábado quanto no domingo..