Uma das esperanças do Brasil no automobilismo, o mineiro Serginho Sette Câmara, de 19 anos, aproveitou o intervalo de provas da Fórmula 2 para passar alguns dias em Belo Horizonte, sua cidade natal, e participar de eventos com um dos seus patrocinadores. Nesta sexta-feira, o piloto da equipe inglesa Carlin Racing, uma espécie de filial da McLaren, realizou um desafio de kart com convidados em Vespasiano, na Grande BH, e falou das ambições este ano na principal categoria de base “das pistas”. O sonho de chegar à Fórmula 1 está vivo, mas, antes, ele quer fazer bonito entre revelações de todo mundo.
Este é o segundo ano de Sette Câmara na F2, principal categoria de acesso à F1. No último fim de semana, na primeira etapa da temporada, no Bahrein, o mineiro terminou as corridas em segundo e terceiro, respectivamente.
A próxima etapa será entre os dias 27 e 29 de abril, em Baku, no Azerbaijão, circuito preferido do piloto brasileiro. No momento, ele ocupa a terceira colocação no campeonato, com 28 pontos. Seu parceiro de equipe, Lando Norris, lidera o mundial com 39. No ranking de construtores, a Carlin é líder, com 67.
Depois de ser 12º na F2 em 2017 com a equipe MP Motorsport, Serginho já mira evolução neste ano de estreia na inglesa Carlin Racing, equipe novata na categoria.
“Acho que a gente tem condição de chegar em um top 3 este ano. Acho desnecessário ficar pensando só em título. Porque se você mirar o top 3, a partir da metade da temporada você pode mirar o título. Não tem porque ficar pensando em título na primeira etapa porque isso dá uma expectativa que vai virar pressão, e isso não é boa forma, na minha opinião, de ver as coisas. Acredito que a gente tem condição de chegar entre os três primeiros”, disse.
Estrela
O piloto mineiro tem achado sua adaptação positiva na nova equipe. O fato de correr ao lado de uma das estrelas da F2, o inglês Lando Norris, não gera nenhum desconforto.
“O cara é tido como o próximo Lewis Hamilton para o pessoal da Inglaterra, e eu acho uma ótima oportunidade, ele me dá visibilidade no mundo inteiro. Aqui em Minas falam muito de mim, mas quando você está correndo ao lado de um cara como ele, todo mundo está de olho nele, e acaba que pega um pouco em mim. Se eu andar bem, andar em cima dele, isso vai me dar uma visibilidade que um piloto normal e de uma equipe normal não tem. Acho que tenho que usar isso a meu favor, não fazer com que isso vire uma pressão e pese nos meus ombros. É o que tenho em mente para esta temporada”, analisou Câmara.
Fórmula E
No automobilismo, outras categorias profissionais vêm ganhando espaço na cabeça dos pilotos. Uma das mais atrativas é a Fórmula E, com carros totalmente elétricos. Segundo a mídia europeia, Ferrari e Mercedes pensam em entrar na disputa.
Sérgio Sette Câmara está antenado com essa novidade e admite pilotar também na E, criada em 2014. “Acho que a Fórmula E é uma categoria muito legal. Tinha pensado, na temporada passada, como possível categoria para eu ir e ainda pode ser no futuro, apesar de que hoje meu foco ser a F1. Uma coisa também que muita gente não sabe é que o carro de F1 tem metade do motor elétrico. Tem um motor a combustão e duas unidades elétricas. A maioria da cavalaria é de motor a combustão, mas isso vai mudar ao longo dos anos com certeza. Então, a forma de o carro andar está mudando, daqui a pouco vai chegar aqui nos kartódromos com certeza. E é mais eficiente, isso também vai cair na Fórmula 1. Daqui a pouco a F1 vai ser talvez uma espécie de Fórmula E. É claro que eu não sei a direção que o esporte vai tomar, talvez não façam isso, mas está por todas as parte no nosso esporte”.
”Mas, de fato, a Fórmula E é muito interessante. Basta ver que muitos pilotos saem da F1 para a E.. Então, mesmo se der tudo certo na minha carreira e eu chegar à F1, poderia ir depois para a E. É a melhor opção, porque tem muito nível, uma categoria que se corre o mundo inteiro. Quem sabe ter uma corrida aqui em Belo Horizonte, seria super legal. Isso é outro ponto legal da categoria. Eles não correm em autódromos e sim nas ruas. O automobilismo é muito distante das pessoas e isso aproxima”, disse Serginho, vislumbrando com bons olhos uma possibilidade de correr na F-E.
Depois da entrevista coletiva, Serginho Sette Câmara participou de um "ping-pong" com o Superesportes. (veja no vídeo abaixo).
O desafio
No desafio de kart entre convidados da Cemig, uma das patrocinadoras de Serginho, o piloto largou em último e, logo na primeira volta, tomou a liderança. O mineiro venceu a prova com 17 voltas completas, em 20:54.055. O autor desta reportagem, em sua primeira experiência no kart, não decepcionou e terminou em 20º, à frente de nove retardatários.