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Conheça a russa que saiu de Minas para servir à Seleção Brasileira em Sochi

Mineiro Gilcimar e Ludmila se conheceram pela internet, casaram-se e vivem em Minas desde 2015. No Mundial, ela trabalha no hotel da Seleção

postado em 12/06/2018 08:00 / atualizado em 11/06/2018 22:22

(Foto: Renan Damasceno/EM/D. A Press)

Enviado especial a Sochi

Gilcimar Oliveira tinha 20 anos quando decidiu, escondido dos pais, viajar sozinho para a Rússia atrás de um amor que conheceu pela internet. Era 2015 e, dois anos antes, o mineiro de São João del-Rei divulgava seus vídeos de esportes radicais quando viu a foto da russa Ludmila Krainichenko, cinco anos mais velha que ele. Não teve dúvidas: depois de algum tempo de namoro virtual, falou para a mãe que iria para Belo Horizonte, pegou avião escondido e desembarcou em Sochi, sem falar uma palavra em russo e sem nunca ter pisado fora do Brasil até então.

Ludmila e Gilcimar vivem desde 2015 em São João del-Rei, no Campo das Vertentes, mas estão em Sochi, já que a russa trabalha na área hoteleira e conseguiu emprego temporário no Swissotel Sochi Kamelia, base da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo. Por ser uma das poucas a falar russo e português, ela é uma das funcionárias mais requisitadas.

“Viemos em abril para ver minha família, que mora em Sochi. Como estudo português, eles me aceitaram aqui. Vai ser uma experiência muito boa conviver com os brasileiros”, conta Ludmila, em ótimo português. Sobre adaptação fora da Rússia, ela diz que não demorou muito para se sentir em casa. “No começo foi um pouco difícil, por causa do clima, mas logo me acostumei. Muitos russos moram em São Paulo, Rio de Janeiro, mas poucos em Minas Gerais, ainda mais em São João del-Rei. Além de mim, conheço apenas uma outra russa, casada com colombiano, que mora em Tiradentes.”

Gilcimar trabalha com esportes radicais, é especialista em parkour e também já trabalhou no ramo de hotelaria. Segundo ele, não foi difícil se adaptar à família de Ludmila. “Os russos têm fama de frios, mas não são. São muito educados, agradáveis. Eles têm o costume de ser mais diretos que os brasileiros: se têm que falar alguma coisa, são mais secos. Mas me acolheram muito bem”, conta ele, que mantém um canal no YouTube sobre esportes radiciais chamado Canal do Gil.

(Foto: Renan Damasceno/EM/D. A Press)

O mineiro ainda não sabe se assistirá alguma partida do Mundial, mas pretende ir a Rostov do Don, cidade a 550 quilômetros de Sochi, onde o Brasil estreia contra a Suíça domingo, às 15h (de Brasília). A estada em terras russas será curta. Depois do Mundial e do fim do contrato de Ludmila, eles voltam para São João del-Rei, em setembro.

FERIADÃO 

Nesta terça é feriado nacional na Rússia e, por Sochi ser uma cidade balneário, muitos turistas aproveitaram o descanso prolongado para viajar para a cidade a turismo – sem muita preocupação com a Copa do Mundo. É o caso dos russos Kirill Kozyrchnk e Polina Kuzina, que nessa segunda-feira passeavam pelo Parque Botânico, um dos pontos turísticos da cidade. “Sochi é perto de Krasnodar, nossa cidade, que fica a cerca de 300 quilômetros daqui. Como era feriado, viemos para cá”, conta Kirill que, mesmo sendo fã de futebol brasileiro e de jogadores como Ronaldo e Ronaldinho, não irá aos jogos do Mundial.

(Foto: Renan Damasceno/EM/D. A Press)

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