
Sérgio Rodrigues deve conversar com o empresário Pedro Lourenço e o técnico Vanderlei Luxemburgo sobre os problemas para manter os salários em dia no clube
A uma semana de enfrentar o
Avaí
pela 31ª rodada da Série B, o
Cruzeiro
busca uma solução para encerrar as pendências salariais com jogadores e funcionários. Por causa dos recorrentes atrasos, o elenco principal decidiu paralisar os treinamentos na Toca da Raposa II até que a diretoria apresente uma saída. O time celeste volta a campo na próxima sexta-feira, às 21h30, no estádio da Ressacada, em Florianópolis.
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Mais uma vez, Sérgio buscou socorro financeiro com parceiros do clube, como o empresário Pedro Lourenço, que recentemente renovou o patrocínio master até dezembro de 2023 por valor superior a R$8 milhões. Em entrevista à
Rádio Itatiaia
no dia 2 de outubro, o dono do Supermercados BH criticou o dirigente por não ter cumprido o combinado à época da contratação do técnico Vanderlei Luxemburgo, no início de agosto.
“Quando conversamos com o Vanderlei, ele exigiu que os salários estivessem em dia. Quando falo salário, não é só do jogador. Eles não jogam sozinhos, não estão lá sozinhos. Tem o cara que ganha R$2 mil, R$3 mil. Tem que ser pago. Chegou para mim a conta que era X. Então eu comprei o patrocínio de 2023 - cerca de R$8,1 milhões. Era para acertar até o dia (da chegada) do Vanderlei. Depois disso, não se pagou nenhum jogador. O presidente não pagou. A proposta era eu fazer esse aporte e ele continuaria pagando em dia. E isso não foi feito. Então, o Vanderlei tem razão de falar”.
Segundo o jornalista Jaeci Carvalho, colunista do Estado de Minas e do Superesportes,
o Cruzeiro pediu R$9 milhões a um grupo de empresários, que descartou o empréstimo por falta de garantias de pagamento
. Sem o auxílio num primeiro momento, Sérgio Rodrigues deve conversar com o técnico Vanderlei Luxemburgo e alguns jogadores, casos do goleiro Fábio, do volante Rômulo e do atacante Rafael Sobis. Na quarta-feira, os atletas compartilharam uma carta nas redes sociais explicando que a greve também tinha o propósito de dar voz a funcionários “que têm sofrido com a atual situação”.
“Informamos que, diante dos reiterados atrasos salariais neste ano de 2021, chegamos ao ponto insustentável de termos até 06 (seis) meses de atrasos, o que demonstra a precária situação financeira a que estão expostos todos funcionários, que atualmente estão sendo socorridos pelo auxílio/ajuda financeira dos atletas profissionais para manutenção das necessidades básicas de sobrevivência”, diz trecho do comunicado.
Se não contar com ajuda de empresários em curto prazo, o Cruzeiro dificilmente sairá dessa situação, uma vez que sua dívida de 2020 foi fechada em R$897 milhões, ante uma arrecadação líquida quase sete vezes inferior, na casa de R$120 milhões. A tendência é que os números de 2021 estejam em patamares aproximados aos da temporada anterior.
Em 11º lugar na Série B, com 39 pontos, a Raposa tem 0,15% de chance de acesso, conforme o
Departamento de Matemática da UFMG
. Assim, o ano de 2022 caminha para ser semelhante a 2020 e 2021 em termos de faturamento. O cenário só mudará caso a agremiação se transforme em Sociedade Anônima do Futebol e receba aportes de investidores.