Mazzuco foi apresentado pelo Santos nesta quarta-feira
Cruzeiro e Santos vivem momentos financeiros delicados. Apesar disso, o clube celeste está em situação ainda mais periclitante. O executivo de futebol André Mazzuco, que trabalhou na Raposa e agora foi contratado pelo Peixe, disse que o clube celeste está ainda pior porque não conseguiu subir para a Série A do Campeonato Brasileiro no ano passado.
"A situação do Cruzeiro é complicada justamente por aquilo que o clube passou, que foi uma queda da Série A para a Série B e de ficar um ano seguido na Série B, por não conquistar o acesso. O Santos vem de um momento em que os resultados recentes não foram satisfatórios e dificuldades financeiras. Por isso, todo o cuidado nesse processo de reestruturação", disse.
O dirigente destacou a importância da base para times sem dinheiro para investir, casos de Santos e Cruzeiro. Enquanto o clube paulista consegue revelar e aproveitar seus valores, a Raposa tem dificuldade em fazer suas promessas vingarem.
"O Santos é um clube que tem na sua história e no seu trabalho uma facilidade de implementar processos nas categorias de base, de promover garotos ao elenco profissional. A nossa média de idade é de 24.6 anos, que é uma média baixa. Temos atletas interessantes que vão ajudar justamente nesse momento em que o clube passa por essa dificuldade econômica", disse o dirigente.
Na Série B, o Cruzeiro perde muito sem o dinheiro da TV. Ao cair, o clube tem que escolher entre um valor fixo da Segundona (cerca de R$ 8 milhões) ou ficar com a fatia a que tem direito no pay-per-view, valor que varia de acordo com o número de assinantes. Na Primeira Divisão, seria no mínimo R$ 65 milhões nos cofres celestes apenas no ano passado.
O Cruzeiro ainda enfrenta vários problemas na Justiça do Trabalho e em cobranças na Fifa. A dívida da Raposa gira em torno de R$ 921 milhões, muito maior que a do Santos (R$ 539,7 milhões). Parte desse rombo teve origem na administração de ex-gestores do clube (Wagner Pires de Sá, Itair Machado e Sérgio Nonato) que são réus na Justiça por possíveis crimes contra o clube.
Willian - o Cruzeiro pagou R$ 9.229.057,22, já com acréscimo de impostos, além de multa e custos da Fifa, no montante de R$ 328.107,03. O clube devia ao Zorya FC, da Ucrânia, parte dos valores da contratação fechada em julho de 2014. - foto: Ramon Lisboa/EM D.A PressPaulo Bento - o valor liquidado, com inserção dos juros, foi de R$ 454.358,75, somado a R$ 58.333,69 de multa e custas do processo. O técnico português e seus auxiliares cobravam valores da rescisão contratual fechada em julho de 2016. - foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. PressRamón Ábila - o Cruzeiro pagou ao centroavante argentino R$ 716.729,09, além de R$ 29,166,85 de multa na Fifa. O acordo foi anunciado em 16 de outubro de 2020. - foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. PressCaicedo - o Cruzeiro se comprometeu a pagar ao Independiente del Valle, do Equador, 18 parcelas de 132 mil dólares (R$ 704 mil) pela contratação do zagueiro equatoriano. A quantia total é de US$ 2,376 milhões (R$ 12,6 milhões). - foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. PressPedro Rocha - o Cruzeiro pagou mais de R$ 3 milhões pela contratação do atacante que pertence ao Spartak Moscou e atualmente está emprestado ao Flamengo. Dentro dessas cifras constam a dívida com o clube russo, imposto de renda e custas processuais na Fifa. - foto: Ramon Lisboa/EM D.A PressRafael Sobis - o Cruzeiro fez acordo para pagar cerca de R$ 17 milhões ao Tigres, do México, pela aquisição fechada em junho de 2016. Mais de 90% da dívida foi honrada em 10 de julho. - foto: Igor Sales/CruzeiroGonzalo Latorre - o Cruzeiro pagou R$ 18,5 milhões ao Atenas, do Uruguai, em 8 de maio de 2019. O detalhe é que o atacante de 24 anos jamais atuou pela equipe principal da Raposa. Ele foi contratado como "contrapeso" à negociação pelo meia Arrascaeta, em janeiro de 2015. - foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro