Cruzeiro
None

CRUZEIRO

Após pedido de Sandro Ricci, Gilvan 'permite' volta de árbitro aos sorteios de jogos do Cruzeiro

Presidente conversou pessoalmente com o árbitro durante a final da Primeira Liga

postado em 23/08/2016 15:45 / atualizado em 24/08/2016 14:08

Rodrigo Clemente/EM/D.A. Press
Além do retorno do time ao Mineirão, os torcedores do Cruzeiro terão mais uma novidade na partida diante do Santa Cruz, no próximo domingo, às 11h, pelo Campeonato Brasileiro. Seis anos depois do turbulento jogo com o Corinthians, em 2010, Sandro Meira Ricci voltará a apitar um confronto da Raposa. O reencontro do juiz com o clube celeste, porém, aconteceu em abril, na final da Primeira Liga, quando o árbitro pediu ao presidente Gilvan de Pinho Tavares uma nova chance para trabalhar em compromissos do Cruzeiro.

Por meio de sua assessoria de comunicação, o clube celeste ressaltou que não tem poder para proibir qualquer árbitro de apitar seus jogos. Havia uma instrução, desde 13 de outubro daquele ano, para que Ricci não participasse das escalas para compromissos da equipe celeste. Na ocasião, o delegado da Comissão Nacional de Arbitragem Manoel Serapião Filho, afirmou que usaria “bom senso” na designação dos árbitros.

Minutos depois da divulgação de que Meira Ricci voltaria aos jogos do Cruzeiro, mediante a 'permissão' de Gilvan, o nome do árbitro alcançou o ranking de termos mais comentados no Twitter. Os torcedores celestes se mostraram revoltados com a novidade. "Vergonha aceitar Sandro Meira Ricci. Que vergonha", escreveu um internauta. "Recentemente o Cruzeiro fez uma reclamação formal à comissão de arbitragem. A resposta? Sandro Meira Ricci", questionou outro. "Escalação sem cabimento", afirmou um terceiro.

Mudança de regra do sorteio

Além da 'liberação' de Gilvan de Pinho Tavares, o novo modelo de sorteio de árbitros abriu caminho para a volta de Sandro Meira Ricci aos jogos do Cruzeiro. Uma resolução da direção da CBF despachada em 1º de agosto, que passou a ser aplicada no returno do Brasileiro, aboliu o formato que definia o nome de apenas dois árbitros para o sorteio de cada partida.

Agora, a CBF criou equipes de arbitragem fixas, com um juiz e dois assistentes cada uma. Esses trios são ranqueados de acordo com o desempenho em cada rodada do Campeonato Brasileiro. Diante disso, os melhores profissionais entram no sorteio da rodada. Como Ricci é do quadro da Fifa e está bem posicionado no ranking, fica disponível para apitar os jogos do Cruzeiro.

A única restrição aplicada é o fato dos juízes não apitarem jogos dos clubes de seus estados.

Até então, com apenas dois árbitros escolhidos por partida, o nome de Ricci não entrava em sorteio de jogos do Cruzeiro, embora a CBF jamais tenha admitido o veto dele por parte da direção celeste desde 2010. O fato é que ele ficou cinco anos e nove meses fora de partidas do clube.

”Os melhores árbitros terão a possibilidade de serem escolhidos, também por sorteio, mas numa equipe muito maior do que antes era realizada, com apenas dois (árbitros). Obviamente aqueles que terão o melhor desempenho terão maior possibilidade de serem escolhidos, por sorteio, para a próxima rodada”, explicou o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, quando anunciou as mudanças no sorteio das escalas de arbitragem.

Entenda o caso

Naquela arbitragem de 2010, já na reta final do Brasileirão, Sandro Meira Ricci desconsiderou três pênaltis a favor do Cruzeiro (dois sobre Thiago Ribeiro e um sobre Wellington Paulista) e não utilizou o mesmo critério para anotar uma falta do zagueiro Gil em Ronaldo dentro da área, aos 41 do segundo tempo. Além da penalidade polêmica, os assistentes de Meira Ricci à época, Roberto Braatz (PR) e Alessandro Álvaro Rocha de Matos (BA), erraram em cinco lances de impedimento, prejudicando ataques do clube mineiro.

Logo depois do ocorrido, o Cruzeiro enviou um protesto ao presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Corrêa, que ainda ocupa o cargo, e pediu o veto de Meira Ricci em jogos do clube. Apesar disso, a arbitragem dele naquele duelo com o Corinthians mereceu ‘nota 10’ de Corrêa e também do delegado do jogo Manuel Serapião Filho.

Os erros de Sandro Meira Ricci em 2010 tiveram influência direta no desfecho do campeonato. Com a derrota no Pacaembu, a três rodadas do fim, o Cruzeiro ficou terceiro lugar, com 60 pontos, atrás de Fluminense, com 62, e Corinthians, com 63. Embora o time celeste tenha vencido seus últimos três compromissos, chegando aos 69, o Tricolor Carioca acabou campeão, com 71. O clube paulista fechou a disputa em terceiro, com 68.

Relembre os lances polêmicos de Corinthans 1 x 0 Cruzeiro:


Tags: cruzeiro seriea Sandro Meira Ricci