No sítio do ex-jogador de vôlei Pelé, encontro dos integrantes do Atlético tetracampeão mineiro. Carlos Rogério é o primeiro, em pé, da esquerda para a direita (Foto: Arquivo Pessoal)

A semana começou triste para o vôlei mineiro. Morreu Carlos Rogério Zech Coelho, aos 65 anos, ex-ponteiro do Minas e do Atlético. Ele morreu de falência múltipla dos órgãos, no hospital da Unimed.




Carlos Rogério sofreu um AVC isquêmico, na sexta-feira, quando caiu em um dos banheiros do Minas. Antes da queda, ele tinha feito ginástica na academia do clube, o que era um hábito. 

Ele era um dos irmãos Zech Coelho, famosos pela dedicação ao vôlei, história que começa pelo avô, "Seu Paulo", um dos responsáveis pelo crescimento do esporte, no Minas Tênis Clube e também em Minas Gerais. Natural de Campos Altos, ao se mudar para Belo Horizonte, esticava uma rede no meio da Avenida Brasil, nos anos 1950, para que os amigos pudessem jogar, nos finais de semana.

A história continua com o irmão mais velho de Carlos Rogério, Sérgio Bruno, que defendeu a Seleção Brasileira, vindo a seguir Luiz Eymard, que também defendeu a Seleção – foi eleito para a Seleção dos Jogos Olímpicos de Munique'72.



O outro irmão é o ex-levantador Helder, tricampeão brasileiro em 1984/85/86, numa equipe que tinha ainda Urbaninho, Pelé, Luiz Alexandre, Elberto, Cacau, Henrique Bassi, Cebola, Ricardinho, Antônio Sérgio, Guto e Zé Eduardo. O técnico era o coreano Young Wan Sohn.

Carlos Rogério defendeu o Minas até 1980 (ganhou cinco títulos mineiros), quando ele, Pelé, Elói, Zé Eduardo e Pelé se transferiram para o Atlético, que foi tetracampeão mineiro, de 1980 a 1983.

Nessa equipe também estavam Zé Roberto Guimarães, Fernandão, Badalhoca, Marcos Miranda, Julião e Aloísio. O time teve como treinadores Décio Viotti, o primeiro a ocupar o cargo, depois Ênio Figueiredo e Radamés Lattari.




Homenagem


Um de seus amigos, o cantor e compositor Nil Lus (ex-jogador de handebol, pivô do Ginástico e Seleção Brasileira), que vive na Alemanha, postou em sua rede social uma homenagem: uma música que compôs nesse final de semana, tão logo tomou conhecimento do problema de Carlos Rogério.

"Ao querido e amoroso amigo, ex- atleta Carlos Rogério Zech Coelho por nossas fantásticas memórias do mais feliz convívio social e no esporte", escreveu.

Réquiem para um amigo

Nil Lus (Canhão)

Hoje me faltam palavras
Pela boca é o meu coração que salta 
Dos meus olhos só caem lágrimas
De saudades encho minha alma

É! Quando chega esta hora
De voltar pro lar, voltar pra casa
Para este infinito mar que somos
Somente uma gota dágua
Até o mais forte Homem chora

São mil perguntas sem respostas
O Hoje, o aqui, o agora
Tantas coisas que nos devora
Ainda vem este amanhã 
O amanhã que é sempre uma incógnita

De repente o tudo é nada
Só lembranças construindo a nossa história
O corpo de glória ao céu retorna
E aquilo que aqui é a partida, lá é a chegada

Infinita esta vida que segue a sua rota
N'outra veste, n'outra morada

Do outro lado desta porta
Tenha a certeza te espera  o seu anjo da guarda
Que te abrindo uma nova aurora
E então verás enfim sua alma iluminada

Eu vou sentir tanto sua falta
O que é que eu vou fazer agora?
Se eu pudesse num grito eu decretava:
Fica aqui amigo! Não vai embora!