Já recuperado de seu problema na perna esquerda, o sérvio Novak Djokovic atropelou o russo Andrey Rublev para chegar pela décima vez à semifinal do Aberto da Austrália, onde a bielorrussa Aryna Sabalenka continua sem perder um set.
A apenas duas vitórias de igualar o recorde de 22 títulos de Grand Slam de Rafael Nadal, Djokovic ficou com o troféu sempre que chegou às semifinais em Melbourne.
A fim de "continuar" com esta tradição, o sérvio vai enfrentar na próxima sexta-feira (27) o americano Tommy Paul, que nunca tinha passado das oitavas de final em um Major, enquanto a outra vaga na final será decidida entre o russo Karen Khachanov e o grego Stefanos Tsitsipas.
"Se eu jogar desta maneira, tenho boas chances de passar", reconheceu 'Nole'.
Com problemas físicos nos jogos da primeira semana do torneio, Djokovic se recuperou nesta reta final para eliminar dois dias atrás o australiano Alex de Minaur e nesta quarta-feira Andrey Rublev, número 6 do mundo. Em ambos os casos, o sérvio fechou o jogo em apenas duas horas.
Irreparável no saque, com 14 aces na partida, o 'Nole' tornou a vida de Rublev impossível, respondendo a seus potentes serviços e comandando longos ralis que o russo teve dificuldade de vencer.
Embora tenha lutado e em várias ocasiões conseguido encaixar seus golpes de direita, o russo sofreu duas quebras nos dois primeiros sets, que Djokovic fechou em pouco mais de 80 minutos.
"O placar nos dois primeiros sets não reflete a realidade do jogo", disse o sérvio, que depois de uma quebra no início do terceiro set só administrou a vantagem para fechar a partida.
"Andrey é um grande adversário", mas "para resumir, nos golpes e nos momentos importantes encontrei meu melhor tênis", acrescentou.
Djokovic também advertiu do perigo de Paul, um oponente que "não tem nada a perder", depois de ter derrotado em quatro sets seu compatriota Ben Shelton, uma das sensações do torneio depois de chegar às quartas de final em sua primeira viagem para roda dos Estados Unidos.
Sabalenka não perde um set
Quem também se mostrou até agora inalcançável foi a bielorrussa Aryna Sabalenka (N. 5), que ainda não perdeu um set em 2023 e chegou pela primeira vez às semifinais do Aberto da Austrália, graças à vitória sobre a croata Donna Vekic (6-3, 6-2).
Mas o jogo foi muito mais disputado do que o placar indica. Sabalenka, que tinha fechado seus jogos em menos de uma hora e meia, precisou de quase duas horas para despachar Vekic.
"É sempre difícil jogar contra ela. Já esperava que ela jogasse da maneira que jogou e estava preparada", disse a bielorrussa de 24 anos, que tinha perdido cinco de seus cinco jogos prévios contra a croata.
Prova deste equilíbrio é que mais de meia hora se passou até que, depois de várias oportunidades de ambas as partes, Sabalenka conseguiu quebrar o serviço de Vekic e abrir 3-1 no placar.
A croata empatou novamente em 3-3, antes de Sabalenka conseguir uma sequência de seis games vencidos, o que encaminhou sua vitória.
Depois de três semifinais de Grand Slam perdidas, a bielorrussa sente que desta vez será diferente e sonha com uma final contra sua compatriota Victoria Azarenka, que terá pela frente a cazaque Elena Rybakina.
"Perdi essas três semifinais porque não estava tranquila na quadra (...) Se eu conseguir manter a concentração e a calma, posso seguir adiante", disse.
O "sonho" de Linette
Mas até a final, Sabalenka terá que passar pela surpreendente polonesa Magda Linette, de 30 anos, que rodada após rodada foi eliminando favoritas até chegar à sua primeira semifinal de Grand Slam.
Sua última vítima foi a tcheca Karolina Pliskova, ex-número 1 do mundo, que perdeu em dois sets (6-3, 7-5), nos quais acumulou 36 erros não forçados.
"Estou tão emocionada, não consigo acreditar", declarou Linette.
"É um sonho que se tornou realidade", acrescentou a polonesa, reconhecendo que, durante muito tempo, acreditou que sua carreira estava definida pela "derrota".