Djokovic comentou sobre o assunto em Turim, onde disputa nesta semana o ATP Finals, torneio que encerra a temporada (Foto: Marco BERTORELLO / AFP)

Acostumados a trocar farpas publicamente, os tenistas Novak Djokovic e Nick Kyrgios demonstraram ter algo em comum no circuito: ambos defendem a liberdade individual para decidir sobre a vacinação contra a covid-19. O assunto polêmico foi alvo de declarações dos dois atletas nesta semana e surpreendeu o sérvio por compartilharem a mesma ideia.




O tema veio à tona quando o australiano declarou que havia tomado as duas doses da vacina, mas afirmou que discordava da proposta de exigir a vacinação de todos os tenistas. As declarações causaram surpresa no rival sérvio, acostumado a ouvir discordâncias e até ofensas de Kyrgios.

"Isso é um pouco inesperado, sabendo o que costumava vir dele em direção a mim nos últimos dias. Mas, desta vez, eu devo concordar com ele que a liberdade de escolha é essencial para todos, seja para mim ou para qualquer pessoa", declarou Djokovic em Turim, onde disputa nesta semana o ATP Finals, torneio que encerra a temporada.

"Não importa se estamos falando de vacinação ou de qualquer outra coisa na vida. Você deve ter a liberdade para escolher, para decidir se você quer ou não fazer. Neste caso particular, é sobre decidir o que você quer colocar em seu corpo", reforçou o tenista número 1 do mundo.




A discussão se deve às restrições impostas aos tenistas para poderem competir no Aberto da Austrália, em janeiro. Djokovic, por ser o líder do ranking e maior campeão da história do torneio no masculino, vem atraindo mais atenção neste assunto porque insiste em não revelar se tomou a vacina ou não. Ele corre o risco, portanto, de ser a maior baixa do primeiro Grand Slam da temporada.

De acordo com as regras impostas pelo governo do estado de Victoria, onde está Melbourne, sede do Aberto da Austrália, os tenistas só poderão competir se apresentaram comprovante de vacinação completa contra a covid-19. Se forem cumpridas, estas exigências podem tirar da competição quase metade do Top 100 tanto do masculino quanto do feminino.

No entanto, e-mail vazado da Associação de Tênis Feminino (WTA, na sigla em inglês) mostra que o Aberto da Austrália poderá abrir exceções para estas regras. No caso, atletas poderiam competir se aceitaram uma quarentena rígida na chegada ao país da Oceania.