Preocupado com restrições na Austrália no combate ao coronavírus, Djokovic pode ser ausência (Foto: Kena Betancur/AFP)


O primeiro Grand Slam de 2022 pode ter um imenso desfalque. Maior campeão do Australian Open e atual detentor do título, o sérvio Novak Djokovic deixou aberta a possibilidade de não disputar a competição por causa das restrições no combate ao COVID-19. Sem revelar se está vacinado, o número 1 do mundo não quer saber de ficar "preso no quarto de hotel" como em 2021.




"Teremos muitas restrições. Eles estão tentando melhorar as condições este ano, o problema é que você viaja de avião com uma pessoa positiva, vacinada ou não, e tem que ficar 14 dias no seu quarto de hotel. Foi o que aconteceu com 70 jogadores este ano", reclamou Djokovic, em entrevista ao jornal Bild , da Alemanha.

"Gostaria que todos os tenistas se reunissem um pouco mais e se envolvessem na tomada de decisões. Eu sinto que nada está sendo pedido de nós. A verdade é que não sei se vou jogar o Aberto da Austrália. A situação não é boa", seguiu, desgostoso com as medidas impostas sem consulta aos tenistas. Em 2021, ele já tomou a frente para que os responsáveis do torneio diminuíssem o isolamento a que foram obrigados a cumprir no país, sem contato até com técnico e equipe.

Sob a possibilidade de novo isolamento, ele ameaça não disputar o Gran Slam que abre a temporada. "Ainda não decidi se vou jogar em Melbourne. Existe muita especulação, a mídia especula muito. Há muita divisão na sociedade, entre quem foi vacinado e quem não foi. Isso, para mim, é assustador", falou. Djokovic não estava com COVID-19 antes da última edição do torneio (acabou contaminado em 2020), mas o fato de um caso ter sido diagnosticado em seu voo para a Austrália, o obrigou ao período de quarentena no hotel.




"Que alguém seja julgado se quer decidir se vai se vacinar ou não. Isso me deixa desapontado com a sociedade. Não vou revelar se sou vacinado ou não, é um assunto privado. O que quer que você diga, a mídia espalhará o medo entre as pessoas", alegou. "Não quero participar dessa guerra. Eu quero ir para a Austrália, mas não sei se vou. Só isso."

Depois de perder a final do US Open para Daniil Medvedev, no começo de setembro, Djokovic se afastou nas quadras e dos holofotes para descansar. Apenas agora o líder do ranking voltou aos trabalhos. "Comecei a treinar agora. Já fazia muito tempo que não pegava em uma raquete pela última vez. Tenho treinado minha condição física, mas foi só agora que voltei a jogar tênis "

Trabalhando forte, a expectativa é que o sérvio mude de ideia e tente buscar o 10° título no Australian Open no início de 2022. Vai depender de como as autoridades australianos definirem suas medidas de combate à COVID-19.