Novo técnico da seleção, Fernando Diniz teve apresentação marcada por dúvidas sobre Carlo Ancelotti (Foto: Rodrigo Ferreira)



"Fernando Diniz é o técnico por 12 meses". Foi assim que Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, respondeu questões dos repórteres sobre a data de chegada do italiano Carlo Ancelotti à seleção brasileira. Sem conceder entrevista coletiva ao lado do treinador do Fluminense, as dúvidas aumentaram sobre o futuro do cargo.




Se antes Ednaldo dizia que Ancelotti assumiria a seleção para a Copa América, a apresentação de Fernando Diniz voltou a levantar dúvidas sobre a chegada do técnico do Real Madrid. O acordo ainda não está assinado.

- Ele (Fernando Diniz) é o treinador da seleção mesmo. Contrato de 12 meses. Ele vai dirigir a seleção com autonomia. Mesmo que o Ancelotti queira que ele continue, ele não quis focar nisso agora. Entendemos que não tem prejuízo para o Fluminense - disse o presidente da CBF.



Enquanto Diniz recebia perguntas das mais diversas sobre conflitos de interesses por conciliar seu cargo com o de técnico do Fluminense, seu sistema de jogo e a relação com Carlo Ancelotti, Ednaldo apenas observava na primeira fila. 




Sentado ao lado de Mário Bittencourt, presidente do Tricolor, o mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro não pretendia nem sequer atender a imprensa após a coletiva. Depois, acabou falando algumas frases sob a luz das câmeras, microfones e celulares ao sair do auditório até o elevador da CBF. 

Dúvida sobre Ancelotti na seleção


Na Europa e entre agentes do futebol, muita gente crê que Carlo Ancelotti está se valorizando para assinar um vínculo mais extenso e bem pago com o clube merengue. 

Ainda que tenha sido realmente procurado, o italiano deu sua palavra, mas não assinou nenhum acordo com a CBF. 



Isso ficou ainda mais claro quando Fernando Diniz evitou falar sobre Carlo Ancelotti. Ednaldo Rodrigues também relutou, mas reiterou que o italiano chegará "no futuro".




– Ancelotti é questão do presidente, vou falar sobre meu estilo. Vou reproduzir o que me trouxe aqui, o que muda é a fartura de jogadores, a melhor matéria-prima do mundo para tentar executar as ideias que eu tenho – disse Fernando Diniz.

Diniz não é chamado de interino


A CBF tratou de se cercar com um "novo" planejamento. Contratou o melhor técnico brasileiro da atualidade para a opinião pública -- que o mandatário partilha -- e alguém que possivelmente poderá trazer alegria e um jogo vistoso à seleção. 

Embora diga que Fernando tem um cargo temporário, Ednaldo evita chamá-lo de interino. Na terça (4), chegou a dizer que Diniz e Ancelotti têm "a proposta de jogo quase parecida".





Em respostas na sua entrevista coletiva, Diniz afirmou "não conhecer" Carlo Ancelotti, muito menos ter conversado com o italiano.

– Não conheço o Ancelotti (pessoalmente). Uma condição muito clara para realizar o meu trabalho é total liberdade, e uma das coisas que tenho que fazer é a convocação. Presidente foi muito claro com isso. Eu converso com muita gente, jamais conseguiria fazer as coisas que faço sozinho. A gente vai ter o staff da CBF, vou trazer algumas, mas isso é um assunto que a gente vai definir com calma para não fazer nada apressado e cometer equívocos – afirmou o treinador.

Contrato de Ancelotti com o Real e Copa América


Carlo Ancelotti tem contrato com o Real Madrid até o fim de junho de 2024. A Copa América, de acordo com datas divulgadas pela Conmebol, começará em 20 de junho. 



Carlo Ancelotti ainda não confirma oficialmente seu acerto com a seleção brasileira, agora comandada por Fernando Diniz (Foto: Iconsport)



Assim, ao menos ao que se tem de informação até hoje, o italiano assumiria a seleção brasileira já após a convocação e preparação para a competição. O choque de datas é avaliado como "solucionável" pela CBF, que ainda mantém esperança de ter o italiano no comando da equipe nacional no início de 2024.