A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) dá como certo o acordo com o técnico Carlo Ancelotti para comandar a seleção brasileira. O impasse seria apenas para decidir quando o italiano chegaria ao Brasil.

A informação foi dada pelo narrador da Globo Luis Roberto durante a transmissão da goleada por 4 a 1 do Brasil sobre Guiné neste sábado (17).

No dia 30 de junho, o presidente Ednaldo Rodrigues fará um pronunciamento para explicar como será o período de transição enquanto o treinador italiano não chega.

 

A seleção está sem técnico desde o fim da Copa do Mundo de 2022, quando ficou claro que Tite não continuaria no comando.

Desde então, a seleção tem Ramon Menezes no comando. O ex-jogador é o técnico da seleção sub-20 e acaba acumulando a equipe profissional de forma interina.

De acordo com apuração do Superesportes, a CBF queria aproveitar o período de amistosos na Europa, contra Guiné e Senegal, para voltar ao Brasil já com a definição sobre o técnico. E a prioridade continuava sendo Ancelotti.

Até a viagem, ninguém da CBF conversou pessoalmente com Ancelotti desde que nasceu o interesse no italiano. Tudo o que o presidente Ednaldo Rodrigues sabia, todos os contatos, sinais, era tudo por meio de terceiros. 

Essas pessoas dizem que Ancelotti nunca recusou a seleção, mesmo com as declarações públicas indo sempre na direção contrária. Também dizem que ele nunca falaria sobre conversas com a CBF numa entrevista por duas razões: 1) o contrato de mais um ano com o Real Madrid tem multa; 2) ele é contra a ideia de sair do clube espanhol brigado, deixando uma sensação de rompimento.

Durante coletiva na última terça-feira (13) para oficializar um amistoso entre Brasil e Espanha, Ednaldo Rodrigues aproveitou para elogiar Carlo Ancelotti.

— Eu queria só dizer o seguinte: nós temos ele [Ancelotti] como um dos melhores treinadores de futebol do mundo, sem nenhuma discriminação aos demais. Não só por ser um vencedor em tudo aquilo que tem se colocado, mas também, conforme palavras de atletas que jogam com ele, seria a pessoa mais ideal que gostariam de estar treinando com eles e aprendendo com ele - opinou o presidente. 

Ednaldo também destacou a posição do técnico na defesa de Vini Jr após um dos últimos episódios de racismo que o jogador viveu na Espanha.

Após a partida contra o Valencia, pela 35ª rodada do Campeonato Espanhol, quando torcedores da equipe adversária entoaram cantos racistas contra o brasileiro, Ancelotti quebrou seu silêncio sobre a situação vivida pelo jogador. Na ocasião, o técnico disse que “o que aconteceu hoje não pode acontecer”.

— Todos aqueles que se posicionaram de uma forma firme com relação ao combate ao racismo, principalmente naquele episódio do Vinicius Jr, nós, todos os brasileiros, batemos palmas. No caso especial do Ancelotti, ele só aumentou a admiração que todos nós brasileiros temos pelo seu trabalho e pela sua conduta. Mostrou que tem posicionamentos e que esses posicionamentos não podem ficar ali discretos - disse o presidente da CBF. 

 

 

– Não fiquei sabendo de nada. Ontem [sexta-feira], na coletiva, disse que se trata de um grandíssimo treinador. O que vou falar em relação ao Ancelotti? A carreira dele é maravilhosa. O meu foco é nestes dois jogos [amistosos], ajudar a seleção brasileira. Para mim é um prazer e um privilégio estar aqui e servir à seleção brasileira. Meu foco é o jogo contra Senegal – disse Ramon em entrevista depois do jogo contra Guiné.