Os advogados do presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, apresentaram nesta quarta-feira aos membros do Comitê de Ética da entidade a defesa do dirigente. Ele foi removido temporariamente do cargo no início de junho, dias depois de vir à tona denúncia de assédio sexual e moral contra ele por parte de uma funcionária.
De acordo com a nota enviada à imprensa pela assessoria de Caboclo, o documento protocolado "desconstrói a acusação contra ele e apresenta laudos periciais, pareceres e provas" em busca de provar a inocência do dirigente no processo que tramita no Comitê de Ética da CBF.
A defesa voltou a dizer que Caboclo não cometeu "nenhum tipo de assédio" e afirmou que o presidente afastado da CBF é "vítima de um procedimento absolutamente viciado que tem como base provas ilícitas, depoimentos de testemunhas evidentemente interessadas em um desfecho negativo para o acusado e fundamentação jurídica esdrúxula".
Rogério Caboclo diz que Marco Polo Del Nero, seu então padrinho político e ex-presidente banido do futebol por corrupção, é o mentor de seu afastamento e do suborno à funcionária no valor de R$ 12 milhões para que ela não protocolasse a acusação no Conselho de Ética da entidade e a tornasse pública. Del Nero nega.
No último sábado, a comissão independente que investiga o caso dentro da CBF negou pedido do presidente afastado para retomar seu posto no comando da entidade e prorrogou por mais 60 dias o seu afastamento, tempo que julga suficiente para a conclusão da investigação.
Se a Comissão de Ética considerar que Caboclo deve ser destituído da presidência, os 27 presidentes de federações terão que se reunir para votar. A votação pode acontecer antes do fim do prazo de 60 dias do afastamento do dirigente, que foi substituído temporariamente pelo coronel Antônio Carlos Nunes.
Além do processo na CBF, Rogério Caboclo é alvo de uma investigação criminal do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e de outra no Ministério Público do Trabalho (MPT-RJ).