Após a vitória sobre o Paraguai, por 2 a 0, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, os jogadores da Seleção Brasileira finalmente quebraram o silêncio sobre a realização da Copa América. Em carta divulgada simultaneamente nas redes sociais dos jogadores, o grupo criticou a Conmebol pela realização do torneio, seja no Brasil ou em outro país, mas disse que estará na disputa.
“Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil (...) Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à Seleção Brasileira”, diz a nota.
Em outro ponto, os jogadores lamentaram o uso político da realização do torneio. "É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia, estamos presentes nas redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros”.
A realização da Copa América no Brasil foi decidida em consenso entre o presidente da CBF, Rogério Caboclo - posteriormente afastado do cargo por denúncia de assédio sexual -, o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez.
No manifesto, os jogadores não fizeram nenhuma menção a eventuais divergências com o presidente da CBF, nem tampouco ao escândalo de assédio sexual envolvendo Caboclo.
No manifesto, os jogadores não fizeram nenhuma menção a eventuais divergências com o presidente da CBF, nem tampouco ao escândalo de assédio sexual envolvendo Caboclo.
Confira o texto publicado pelos jogadores da Seleção na íntegra:
"Quando nasce um brasileiro, nasce um torcedor. E para os mais de 200 milhões de torcedores escrevemos essa carta para expor nossa opinião quanto a realização da Copa América.
Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil.
Todos os fatos recentes nos levam a acreditar em um processo inadequado em sua realização.
É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia mídia, estamos presentes nas redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros.
Por fim, lembramos que somos trabalhadores, profissionais do futebol. Temos uma missão a cumprir com a histórica camisa verde amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à Seleção Brasileira."
Copa América
A competição sul-americana será iniciada no domingo, às 18h, com a partida entre Brasil e Venezuela, no Mané Garrincha, em Brasília. A grande final será em 10 de julho, no Maracanã, no Rio.
As outras sedes da Copa América serão Cuiabá, com jogos na Arena Pantanal, e Goiânia, com partidas previstas para o Estádio Olímpico.
Em relação aos jogos do Rio de Janeiro, apenas a finalíssima será no Maracanã. As demais partidas serão realizadas no Nilton Santos, estádio do Botafogo.
O Rio e a capital federal Brasília receberão oito jogos da Copa América. Goiânia será a sede de sete partidas. A Arena Pantanal, em Cuiabá, será palco de cinco duelos, todos da primeira fase.
Seleção Brasileira
Depois da estreia contra a Venezuela, no dia 13, os comandados de Tite ainda atuarão contra o Peru, dia 17 de junho, às 21h, no Engenhão. No mesmo palco e horário, enfrentará a Colômbia, dia 23. E, por fim, dia 27, jogará com o Equador, às 18h, no estádio Olímpico de Goiânia, encerrando a primeira fase.