Rebeca Andrade e Arthur Nory foram os destaques da equipe brasileira no Mundial de Ginástica de Liverpool (Foto: Time Brasil/Reprodução)

O Brasil encerrou a participação no Campeonato Mundial de Ginástica Artística'2022, disputado em Liverpool, na Inglaterra, com três medalhas, uma a mais que a marca anterior. Ginastas brasileiros subiram ao pódio duas vezes em Kitakyushu, no Japão (2021), Nanning, na China (2014), Tóquio (2011) e Stuttgart, na Alemanha (2007).




A campanha brasileira ficará marcada pela vitória histórica de Rebeca de Andrade na decisão do individual geral na quinta-feira (3). Ela se tornou a primeira ginasta do país a conquistar o ouro nessa disputa.



Com os dois pódios em Liverpool, Rebeca soma quatro medalhas em campeonatos mundiais, mesmo número de Arthur Zanetti. O brasileiro com mais pódios é Diego Hypólito, vencedor de cinco medalhas.

Depois de quatro anos competindo com a coreografia de "Baile de Favela", limite imposto pelo regulamento, Rebeca deverá usar outra trilha sonora em suas próximas provas.



Rebeca é bronze no solo


Na tarde desse domingo (6), Rebeca Andrade levou o bronze no solo feminino, na despedida de "Baile de Favela" em suas séries, mesma medalha alcançada por Arthur Nory na final da barra fixa.
Rebeca chegou ao terceiro lugar na competição do aparelho depois de a comissão técnica dos EUA entrar com pedido de revisão da nota recebida por Jade Carey. Em vez de aumentar a pontuação da americana, os jurados a diminuíram em um décimo.
A comissão brasileira também entrou com um recurso, pedindo o aumento da nota do grau de dificuldade de Rebeca, mas o questionamento não foi acatado.


Carey, que estava à frente de Rebeca, terminou a prova empatada com a brasileira em 13,733. As ginastas subiram juntas ao pódio para receber a medalha de bronze.


"É o que a gente sempre fala: quando você pede recurso, você tem que ter muita certeza do que o seu atleta fez. Eu também pedi recurso e não validaram. No dela, acabou baixando a nota, mas também me botou no pódio, então não vou reclamar", afirmou Rebeca, brincando, em entrevista à SporTV logo depois da prova. "Qualquer medalha é bonita, e eu estou feliz demais."
A britânica Jessica Gadirova levou o ouro do solo feminino, e Jordan Chiles, dos EUA, ficou com a medalha de prata.
Na transmissão da série de Rebeca, outra canção foi ouvida, sobreposta à "Baile de Favela". A ginasta, no entanto, disse não ter notado nada de errado. "Não ouvi. Acho que a minha música já está gravada na minha mente. Foi bem tranquilo, não me atrapalhou."




Flavia Saraiva, que sofreu uma lesão no tornozelo direito no último domingo, não conseguiu se recuperar das dores e não pôde participar da final.

"Eu já falei para ela que a gente está sujeita a lesões e a machucados, e faz parte. A gente vê o tanto que ela lutou, e é algo que orgulha e inspira a gente", disse Rebeca depois da decisão.

Arthur Nory na barra fixa


A participação do Brasil no Mundial foi encerrada com o bronze de Arthur Nory na barra fixa. O ginasta, campeão mundial no aparelho em 2019, apresentou uma série bem-executada e voltou ao pódio depois de três anos de dificuldades em competições de grande porte. O ouro ficou com o americano Brody Malone, e o japonês Daiki Hashimoto levou a medalha de prata.




"Para mim, teve um significado muito grande. O ano passado foi muito difícil. Minha mãe passou por alguns problemas. Eu tentei buscar a medalha no ano passado, mas estava um ano muito turbulento. Aí eu fui muito, neste ano, buscar a medalha para levar para ela", disse Nory em entrevista depois da competição.
Na final do salto masculino, o brasileiro Caio Souza ficou na quinta posição. A medalha de ouro foi para o armeno Artur Davtyan, primeira vitória do país nesse aparelho.