Apesar da eliminação, o Brasil fez sua melhor campanha na história em Mundiais disputados fora do país (Foto: Lara Monsores/CBJ)


 
O Brasil voltou ao tatame da Humo Arena na manhã desta quinta-feira (13/10), mas foi eliminado para a Coreia do Sul nas oitavas de final na competição por equipes mistas. Em duelo equilibrado, a equipe foi derrotada por 4 a 3 contra os coreanos e deu adeus ao torneio.



 
 

Na primeira luta, Rafaela Silva perdeu após ser punida três vezes. Daniel Cargnin, porém, aplicou um ippon sobre Eunkyul Lee e deixou tudo igual. Maria Portela foi a terceira a ir para o combate e ampliou para o time brasileiro.

Rafael Macedo dominava a quarta luta, mas foi surpreendido com um ippon no golden score. Na quinta, Beatriz Souza foi derrotada Hayun Kim, que recolocou a Coreia em vantagem. No entanto, Rafael Silva, o Baby, venceu Jonghoon Won na luta decisiva e empatou o placar em 3 a 3.

Para o desempate, foi sorteada a categoria média feminina, de Maria Portela. Ela entrou na luta determinada, mas sofreu um waza-ari para Juyeon Lee: fim da linha para o Brasil.




Apesar da eliminação, o Brasil fez sua melhor campanha na história em Mundiais disputados fora do país. Foram duas medalhas de ouro, para Mayra Aguiar e Rafaela Silva, a prata de Beatriz Souza e o bronze de Daniel Cargnin, que colocaram o judô brasileiro em segundo lugar no quadro geral, atrás apenas do Japão, potência na modalidade.

A campanha foi celebrada pelo gerente de alto rendimento da Confederação Brasileiro de Judô, Marcelo Theotônio. Ele assumiu o posto em março deste ano após a saída de Ney Wilson, e comandou a equipe brasileira em Tashkent, no Uzbequistão.

"O judô brasileiro é sempre muito forte. Nós tínhamos uma expectativa positiva para esse Mundial, mas, obviamente, o resultado foi espetacular. Tivemos quatro medalhas, dois ouros, uma prata e um bronze. Além desse bom resultado, tivemos também um desempenho muito importante dos atletas, em especial no masculino, que não vinha com resultados desde 2017. O Daniel Cargnin, mesmo subindo de categoria, teve uma apresentação fantástica, superou atletas medalhistas olímpicos e mundiais, e conquistou sua medalha, mostrando seu potencial", avaliou Marcelo.




Para ele, os resultados no início do ciclo motivarão os atletas para que os mesmos cheguem fortes para a disputa dos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. No total, o Brasil venceu 31 das 48 lutas que disputou.

"Não é à toa que a Mayra é tricampeã mundial, tem três medalhas olímpicas, Rafaela é campeã olímpica, bicampeã mundial. O Daniel vem de resultado olímpico e medalha em Mundial. A Bia com a sua segunda medalha em Mundial. Esses dados já mostram que eles são atletas consagrados e com potencial imenso para chegar bem em Paris. Temos que continuar com o planejamento, acertar individualmente com eles. Certamente, assim, terão um bom desempenho e, por consequência, um bom resultado", concluiu.