Ele é mineiro de Belo Horizonte, só tem 9 anos, mas já é conhecido como o faixa preta (faixa poom) mais novo de taekwondo do Ceará. Theo Cadena Mendes Pechir é um apaixonado por esportes e desde pequeno já se aventurou por várias modalidades - como natação, futebol, skate, equitação, ginástica olímpica, surfe - chegando até a fazer parte da categoria de base do Sporting, em Portugal.
O amor pelo taekwondo começou quando ele tinha 3 anos. "Um dos meus melhores amigos fazia aulas, aí me interessei também e acabei adorando", conta. Entre suas preferências estão a luta, os chutes e socos. "O que eu acho mais difícil é o poomsae, um conjunto de técnicas de ataque e defesa", explica.
Em sua trajetória, Theo passou por todas as faixas do esporte - branca, cinza, amarela, laranja, roxa, azul, marrom, vermelha e vermelha ponta preta - época em que treinou com vários 'mestres' no Brasil e em Portugal, com destaque para Japa, Antônio Neto, Victor Hugo e Alexandre Nogueira.
Em agosto de 2019, morando em Portugal, ele fazia aulas com adultos, período em que ganhou uma grande experiência, e, ao voltar ao Brasil, em agosto de 2020, já era faixa vermelha, penúltima graduação antes da faixa preta.
Em Fortaleza, o mestre Alexandre Nogueira percebeu que Theo já poderia tentar fazer o exame para faixa preta. Após uma extensa maratona de treinos (seis aulas por semana), em dezembro, o menino fez as provas e conseguiu a graduação mais alta do taekwondo.
A prova dura, em média, quatro horas e meia - há uma parte teórica/escrita, com 10 perguntas abertas sobre a origem, a história e as principais técnicas do esporte e uma parte prática, quando é avaliada a execução dos movimentos, técnicas, lutas e o quebramento (quebra de tábuas e telhas).
Para estudar, Theo contou com a ajuda do irmão mais novo Gael, de 8 anos, que passava a parte teórica com ele, inclusive os passos em coreano. "Gael me ajudou demais. Com o apoio dele, eu consegui decorar."
Theo diz que ficou nervoso durante o exame, mas superou a tensão. "Por pressão minha mesmo, queria muito passar. Bom que deu certo", diz.
A empolgação pelo título acabou incentivando a mãe de Theo, a psicóloga Evelyn Cris, a ingressar nas aulas de taekwondo há quatro meses. "É uma das artes marciais que mais gosto, porque trabalho chutes, socos e condicionamento físico."
Agora, Theo voltou aos treinos e diz que pretende investir nas competições no Ceará e no resto do país. Para isso, ele e os pais Paulo Henrique e Evelyn buscam patrocínio para os gastos com material e viagens. "Meu objetivo é ser atleta profissional."