A SAF do Vasco divulgou o primeiro balanço financeiro do grupo. O relatório, referente ao período de agosto, quando foi instituída a SAF, até dezembro de 2022, apontou um déficit de R$ 594,5 milhões e prejuízo de R$ 88 milhões. Grande parte deste balanço ainda reflete os problemas que a 777 Partners, empresa que comanda o futebol vascaíno, herdou do clube associativo, como dívidas trabalhistas, valores devidos a Ferj e a CBF, além de despesas administrativas.
Como o balanço é referente a 8 de agosto até 31 de dezembro, a maioria dos reforços contratados e a venda de Andrey Santos, por exemplo, que foram realizadas em janeiro de 2023, não entraram na conta. Apesar do déficit e do prejuízo, o balanço no vermelho já era esperado pela SAF do Vasco. No acordo da 777 Partners com o Vasco, a empresa americana se prontificou a assumir a dívida com o clube, com um limite de R$ 700 milhões, além de outros R$ 700 milhões para a compra de 70% da SAF do Vasco.
No período, entre os gastos da SAF estiveram o parcelamento de dívidas com a Ferj e a CBF, que eram obrigatórias para a transformação em SAF, a renegociação de dívidas trabalhistas, além de custos operacionais e despesas administrativas. Entre os custos, a SAF aponta que gastou R$ 29 milhões com salários, encargos e benefícios de funcionários.
Em 2022, a 777 investiu R$ 190 milhões no Vasco. Houve um primeiro empréstimo de R$ 70 milhões, que foi incluído no valor total do aporte, e, depois da transformação em SAF, um investimento de R$ 120 milhões em setembro. Deste segundo aporte, a empresa diz que "mais da metade" foi destinado para o pagamento de dívidas. Algumas delas, como a com o argentino Máxi López, foi priorizada devido a possibilidade de sofrer um "transferban".
SAF do Vasco terá mais R$ 120 milhões em 2023
A 777 Partners entende que está em um "momento inicial" da constituição da SAF. Assim, a obrigação de assumir as dívidas do clube tem um impacto direto no patrimônio da SAF. Em 2023, a empresa americana vai aportar mais R$ 120 milhões no meio do ano e R$ 390 milhões até o fim de 2024. Estes valores irão totalizar os R$ 700 milhões do investimento pela compra da SAF. Dessa forma, a 777 prevê que a SAF será autossutentável a partir de 2025.
"Esses resultados refletem o momento inicial da constituição da SAF com a assunção de dívida limitar ao teto de R$ 700 milhões, com impacto parcial diretamente ao patrimônio líquido da Companhia", diz um trecho do balanço da SAF do Vasco.