São Paulo reclama da arbitragem em empate no clássico (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

 
O São Paulo prepara um ofício para pedir explicações à CBF sobre a arbitragem de Bruno Arleu de Araújo no empate em 1 a 1 no clássico com o Corinthians, neste domingo (14), na Neo Química Arena, pela sexta rodada do Brasileirão.




A postura será a formalização da revolta que tomou conta dos bastidores do clube muito antes do fim da partida em Itaquera. Carlos Belmonte, diretor de futebol, chegou a falar com o árbitro diretamente no intervalo. O presidente Júlio Casares fez o mesmo ao fim do jogo. Ambas as manifestações foram parar na súmula da partida.

As reclamações foram por três lances:

> uma falta de Calleri em Fagner, num lance em que o argentino marcou um gol que seria o 2 a 0 no clássico
> o pênalti assinalado de Rafinha em Wesley, que originou o gol de Roger guedes
> um toque de mão de Murilo após Cássio rebater um cruzamento, já no segundo tempo

Com nervos acirrados, o vestiário "pegou fogo" ainda no intervalo da partida. Dorival Júnior teve que usar boa parte dos 15 minutos de descanso para acalmar os ânimos, em vez de passar orientações táticas aos jogadores para a segunda etapa.

– Entramos no vestiário e usamos 80% do tempo para abaixar os sinais que a equipe vinha dando, do que para tentarmos mudar alguma coisa taticamente. Passando alguma informação tática. Estavam exaltados em razão de tudo o que estava acontecendo – disse o técnico.



 
 

O Superesportes ouviu relatos de que integrantes da diretoria interpelaram o árbitro Bruno Arleu de Araújo na saída para o vestiário. Os dirigentes conversaram com a arbitragem e fizeram cobranças pelas decisões em campo.

– Fiquei procurando uma palavra para adjetivar a atuação do árbitro Bruno Arleu. Pensei em ruim, péssima, tendenciosa. O que adjetiva mesmo é vergonhosa. Foi uma vergonha - esbravejou o diretor de futebol Carlos Belmonte.

As reclamações ditaram o tom aos microfones e seguiram nos discursos de Dorival Júnior e Rafinha em entrevistas após a partida. O técnico revelou até que jogadores do Corinthians admitiram que não acharam pênalti de Rafinha em Wesley.



 
 

Mas a fala mais forte veio ainda no intervalo. Michel Araújo chegou a dizer que o São Paulo enfrentava 12 jogadores adversários no clássico.

– Teve o segundo gol do Calleri que não foi falta. Não foi pênalti para o Corinthians. Então a gente tem que lutar contra tudo. Voltar para o segundo mais ligado, porque tem 12 jogadores lá - afirmou o uruguaio.
 

Árbitro assinalou falta de Calleri em Fagner neste lance (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

 
 
A revolta externada por cada um deles começou a se formar antes deste domingo. Mais exatamente, na última quinta-feira, no empate em 1 a 1 com o Fortaleza. O São Paulo reclama – e muito – da expulsão de Rodrigo Nestor quando a equipe tinha um jogador a mais na partida.




– Saio muito chateado porque vimos a mesma situação em Fortaleza. Pontos importantes têm sido tirados da nossa equipe em razão de algumas falhas da arbitragem – disse Dorival.

Atuação em Itaquera serve de consolo


Com ânimos mais contidos passado o calor do clássico, a delegação são-paulina deixou Itaquera confortada pela atuação no clássico. Isso, mesmo que o empate tenha mantido o tabu de nunca ter vencido o Corinthians na Arena. São agora 17 jogos, com 10 derrotas e sete empates.

A avaliação é de que o time segue em evolução com Dorival Júnior e viveu uma atuação segura, em que mereceu sair com a vitória. A equipe está invicta há oito jogos – seis deles com o técnico.
 
Após o empate, o São Paulo ocupa a décima colocação, com nove pontos. O Tricolor volta a campo na próxima quarta-feira (17), às 20h (horário de Brasília), quando enfrenta o Sport na Ilha do Retiro, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.