Andres Rueda viu arrecadação do primeiro balanço financeiro de 2023 passar longe do previsto (Foto: Raul Baretta/Samtps FC)

O primeiro trimestre do último ano de gestão do presidente Andres Rueda no Santos não foi positivo financeiramente. De acordo com o balancete contábil trimestral, ao qual o Superesportes teve acesso, o peixe amargou uma diferença negativa em suas contas de R$ 18,7 milhões.





Esse valor é referente a tudo que o clube esperava receber ao longo dos três primeiros meses de 2023.

Conforme a previsão orçamentária feita pela diretoria, a expectativa era de que o Santos tivesse nesse período um superávit de R$ 17,5 milhões entre os meses de janeiro, fevereiro e março por meio de diferentes receitas.

Além de sequer se aproximar dessa quantia, o Santos teve um déficit de R$ 1,1 milhão.

Elenco do Santos 25% mais caro


Além da eliminação na primeira fase do Campeonato Paulista, o empate por 0 a 0 com o Coritiba, sábado (10), fez o atual elenco do Santos terminar a 10ª rodada do Campeonato Brasileiro na 13ª colocação com 13 pontos.



A campanha é idêntica a do ano passado, quando o peixe também fechou a 10º rodada com a mesma pontuação, mas na 10ª posição da tabela.



As semelhanças entre os dois times se encerram aí.

Em termos financeiros, o atual grupo de jogadores é 25% mais caro do que o do primeiro trimestre de 2022.

Folha salarial do Santos


Considerando salários com encargos mais direitos de imagem, o Santos de 2023 custa, em média, R$ 8,8 milhões, por mês.

O elenco do primeiro trimestre do ano passado custava, em média, R$ 7 milhões mensais.

Negociação do Santos em 2023


Ainda conforme o balancete trimestral, a expectativa da cúpula alvinegra era arrecadar R$ 35 milhões com negociações envolvendo jogadores nesses três primeiros meses do ano.



Essa arrecadação ficou 36% abaixo do esperado.

Ao todo o Santos recebeu R$ 25,6 milhões, que representam R$ 257 mil pelo empréstimo do goleiro John ao Internacional (cerca de R$ 128 mil por mês); R$ 1,5 milhão referente à venda de Eduardo Sasha do Atlético-MG ao Red Bull Bragantino (Santos detinha 50% dos direitos do jogador), e R$ 23,8 milhões que o Pachuca (MEX) foi obrigado a pagar ao peixe pela transferência do peruano Cueva, em 2019.

Aumento de patrocínios do Santos


Mas nem tudo foi negativo. Nesse primeiro trimestre, a previsão em relação a patrocínios era receber R$ 12,2 milhões.

Ao término do mês de março, o alvinegro arrecadou R$ 17 milhões. Isso se traduz numa diferença positiva de R$ 4,9 milhões.

Preocupação do Conselho Fiscal


Responsável pelo relatório financeiro, o Conselho Fiscal, em suas conclusões, reconheceu o empenho da diretoria para amenizar as despesas, mas demonstrou preocupação com o quadro econômico do clube.



- Estamos vendo que nossas obrigações aumentaram sistematicamente nos últimos períodos, fato que nos traz preocupação quando este aumento não vem acompanhado de uma crescente nas receitas. Vemos um esforço digno da gestão em cumprir com os acordos do clube, mas ainda é muito pouco -, relatou o órgão.

Na continuidade do relatório, o CF criticou a forma como o clube tem se comportado no momento de agir no mercado.

- O nosso clube não efetuou vendas significativas como planejado, recebemos poucas propostas até o fechamento da janela de transferências e as aquisições, salvo melhor juízo de nossa parte, não foram bem observadas. Nos transparece que os setores de inteligência e análise são subutilizados, fazendo com que os executivos tomem decisões a base de pressão do momento em campo. Estas ações nos trazem preocupações no decorrer de 2023, precisaremos vender alguns atletas para mantermos nossas obrigações em dia e fazer cumprir o orçamento - acrescentou o órgão.

O relatório será detalhado em reunião do Conselho Deliberativo em data a ser definida.