Lisca começou a impor algumas alterações nos bastidores do Santos (Foto: Ivan Storti/Santos FC)


Há exatamente um mês, Lisca estreava no comando do Santos. O técnico foi contratado em meio a um cenário caótico na Vila Belmiro, com o time recém-eliminado da Sul-Americana e da Copa do Brasil. A missão do comandante, portanto, era tentar reerguer o clube, algo que ele parece estar conseguindo aos poucos.



Dugout


A primeira partida do Peixe com Lisca foi diante do Fortaleza, fora de casa. Atuando na Arena Castelão, os paulistas ficaram no 0 a 0 com o Leão do Pici. Dentro de campo, ainda não foi possível perceber grandes mudanças. Em contrapartida, o treinador começou a impor algumas alterações nos bastidores.

A principal delas foi na logística. Em entrevista coletiva, o comandante se demonstrou indignado com a preparação do elenco para o embate. Ele assumiu o comando da equipe apenas três dias antes do compromisso.

"Começamos errado na quarta-feira depois do jogo contra o Botafogo. A recuperação não pode ser na quinta-feira pela manhã. O sono é o maior recuperador que o jogador pode ter. Nosso fisiologista do esporte mostrou para os meus jogadores que o Lebron James dorme 12 horas por dia", disse. 




"Não podemos terminar jogo 00h e se apresentar de manhã. Temos que dormir a manhã toda, de tarde você vai às 15h ao CT, recupera, faz a massagem. O Santos tem equipe multidisciplinar muito competente. Mas eu não podia mudar tudo na chegada. Mas eu me assustei", declarou.

Desde então, portanto, a preparação do Santos vem sendo diferente. Como o clube só está disputando o Brasileirão e está jogando uma vez por semana, os jogadores titulares estão ganhando descanso no dia seguinte após os jogos.

Os horários dos treinamentos também mudaram. Com Bustos, as atividades eram, majoritariamente, de manhã. Agora, a maioria dos treinos estão sendo realizados de tarde.




Mudanças em campo


Nos jogos seguintes também já foi possível perceber mudanças dentro de campo. Defensivamente, o time vem se mostrando mais bem posicionado. As linhas de defesa, meio de campo e ataque estão mais compactas e se posicionam melhor para fechar os espaços dos rivais.

A preferência de Lisca é pelo esquema 4-3-3. Para ajudar os laterais, os pontas ofensivos descem bastante para ajudar na marcação. Esse, aliás, é um dos motivos que fez o jovem Ângelo ir para o banco de reservas, já que, na visão do técnico, ele ainda não tem essa noção tática.

Já o trio de meio-campistas é formado por um volante de mais marcação, que fica mais recuado, e dois que têm mais liberdade para irem de área a área, sendo um mais pela esquerda e outro pela direita.




Ofensivamente, o Peixe vem apostando bastante na velocidade. Com dificuldade na criação, o time costuma apostar na habilidade de seus pontas para agredir os rivais. Outra alternativa é a bola parada. Dos cinco gols marcados pelo Alvinegro Praiano com Lisca, três de contra-ataque e dois de escanteio.

Números


Com Lisca, o Santos soma quatro partidas, das quais venceu duas, empatou duas e perdeu uma, gerando um aproveitamento de 66,6%. Além disso, são cinco gols marcados e quatro sofridos.

O comandante assumiu o clube na nona colocação do Brasileirão, com 25 pontos. Atualmente, o Peixe está em oitavo, com 33.

O Alvinegro Praiano volta a campo agora no próximo domingo, às 18 horas (de Brasília), contra o Cuiabá, fora de casa, pela 24ª rodada da competição.