Allianz Parque foi construído pela WTorre e inaugurado em 2014 (Foto: Iconsport)

Nesta segunda-feira (19) começa a contar o prazo de três dias úteis que a Justiça deu para a WTorre efetuar o pagamento dos R$ 128 milhões cobrados pelo Palmeiras. O valor, calculado pelo clube e contestado pela empresa, é referente a receitas sobre o Allianz Parque desde 2015.




Caso não pague até meia-noite de quarta-feira (21), a WTorre pode ter bens penhorados pela Justiça. A empresa informou que "analisou o conteúdo da citação e tomará as medidas cabíveis".

Palmeiras cobra R$ 128 milhões da WTorre


O Palmeiras tem direito a porcentagens sobre receitas do Allianz Parque. O clube alega não receber qualquer valor desde 2015, em uma conta que chega a R$ 127.972.784,97 (até março de 2023).

Os créditos e débitos de ambas as partes estão em curso. No entanto, o Palmeiras decidiu entrar na Justiça no fim do mês passado para cobrar o valor calculado.


Divisão das receitas do Allianz Parque


A WTorre foi a responsável pelo investimento de R$ 630 milhões para a construção do Allianz Parque em troca da exploração do estádio por 30 anos, entre 2014 e 2044. O Palmeiras tem direito a porcentagens sobre todas as receitas obtidas pela empresa.

Dos naming rights, por exemplo, a Allianz paga R$ 15 milhões por ano. O Palmeiras tinha direito a 5% nos primeiros cinco anos, sendo que a fatia aumenta 5% a cada cinco anos. Hoje, portanto, está em 10%.

A conta é igual em relação às outras arrecadações do estádio, como a venda de camarotes e cadeiras. A WTorre ficava com 95% inicialmente, sendo que a cada cinco anos o Palmeiras aumenta sua fatia em 5%.




Em dia de jogos, o Palmeiras é dono dos 100% da bilheteria. Em shows e eventos, o clube começou com 20% da renda, fatia que também aumenta em 5% a cada cinco anos.

Palmeiras e WTorre trocam acusações públicas


Após acusações por meio de nota oficial desde o fim de maio, Palmeiras e WTorre voltaram a se atacar nos últimos dias. A presidente do clube alviverde, Leila Pereira, detonou a relação com a empresa.

- Quando falam que o Allianz é um case de muito sucesso, não é um case de sucesso. Seria, se pagassem o que devem. É mentirosa a alegação de que é um sucesso. É para eles, que ganham 100% das receitas, às custas de uma propriedade do Palmeiras. Até hoje, para o Palmeiras, foi um péssimo negócio financeiramente. Esportivamente somos muito fortes, jogamos em um bonito estádio, mas financeiramente, para o Palmeiras, não é um bom negócio - disse Leila Pereira, em entrevista ao ge.

A WTorre rebateu: "reafirmamos que este é um modelo de negócio vencedor e que tem sido extremamente positivo para todas as partes."
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