O português Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, usou a parte final de sua entrevista coletiva deste domingo, após a vitória por 2 a 0 sobre o Guarani, pelo Campeonato Paulista, para pedir um basta à violência no futebol brasileiro e sul-americano.
Além de citar agressões a delegações nos últimos dias, como ocorreu com Bahia, Grêmio e Paraná Clube, ele lamentou a morte de um torcedor do Cruzeiro neste domingo horas antes do clássico contra o Atlético.
O torcedor Rodrigo Marlon Caetano, de 25 anos, foi baleado no abdômen durante uma briga generalizada entre cruzeirenses e atleticanos no bairro Boa Vista, região Leste de Belo Horizonte, na manhã deste domingo. Ele chegou a ser reanimado após quatro paradas cardíacas, passou por cirurgia, mas não resistiu.
Para Abel Ferreira, a violência generalizada no Brasil e em países da América Latina - haja a vista a briga no jogo entre Atlas e Querétaro, no sábado, pelo Campeonato Mexicano, que deixou vários feridos - tem atingido níveis preocupantes. Na visão dele, autoridades de segurança, Ministério Público, federações e clubes terão que se sentar para discutir uma solução.
"Estão acontecendo coisas muito graves no futebol sul-americano e aqui onde estou, no futebol brasileiro. Acho que não podemos olhar sem que esses clubes e essas pessoas sejam punidas. As pessoas que têm obrigação, como o Ministério Público, têm que dar a cara", alertou.
"Hoje entrei aqui e me disseram que houve uma rixa num jogo, inclusive acho que morreu uma pessoa. É preciso morrer quantas mais para se tomar decisões. Os organismos do futebol, quer do futebol, quer extra futebol, têm que se assumir, têm que dar a cara, exercer os cargos que têm. É isso que espero que cada pessoa, no seu cargo, faça. Para o bem do futebol brasileiro. Que se junte a CBF, quem organiza os Estaduais, o MP, mas que se tomem medidas", voltou a cobrar o treinador palmeirense.
Abel Ferreira disse que cogita até mesmo deixar o futebol brasileiro se o cenário seguir como está. "A segurança me preocupa muito. Quando entrei aqui e vi as imagens do México, e me dizem que se passa a mesma coisa no futebol brasileiro, vou ter que pensar muito bem naquilo que quero para mim, para a minha família e para os meus jogadores. Para eu me sentir seguro, os organizamos que têm essa responsabilidade, eles têm que dar a cara, dar um passo à frente e tomar medidas. Não podemos fazer de conta que não passa nada".
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