Fernando Marcato concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (24) (Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)

O secretário de Infraestrutura e Mobilidade do Governo de Minas Gerais, Fernando Marcato, anunciou, nesta terça-feira (24), a criação de um comitê para debater temas relacionados ao Mineirão.




Participarão do fórum representantes de América, Atlético, Cruzeiro, Federação Mineira de Futebol (FMF), Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Fifa, membros da sociedade civil, além da Minas Arena, concessionária responsável pela administração do estádio.

Show Player

Em entrevista coletiva, Marcato detalhou o que espera resolver com a criação deste espaço, que está previsto no contrato de concessão do Gigante da Pampulha. A ideia é que os encontros aconteçam mensalmente e comecem em até 10 dias.  

"Espera-se que se crie um ambiente com participação do estado, das federações, dos clubes e da própria Minas Arena, um ambiente colaborativo e cooperativo. Quando você joga luz sobre o tema, todo mundo dá uma relaxada e procura colaborar", disse.

"É a primeira medida que a gente vai ter que tomar. Se esse negócio (imbróglio) persistir, a gente vai ter que avaliar no contrato se dá para fazer mais alguma coisa dentro dos limites do estado. Mas a nossa expectativa é que, com o comitê, se esses problemas não foram reduzidos 100%, sejam reduzidos consideravelmente", projetou o secretário.



O comitê


Marcato explicou que a decisão de instalar o comitê se deu a partir do momento em que o governo recebeu a informação de que nenhum dos times grandes de Belo Horizonte jogará no Mineirão em 2023. Na verdade, o Atlético tem datas reservadas até junho, mês em que deverá inaugurar a Arena MRV.

"A informação de que nenhum dos grandes times da capital vai jogar no Mineirão esse ano fez com que nós tomássemos uma medida no sentido de acionar os mecanismos contratuais existentes para que seja garantido o que o contrato previu, que é a função social, esportiva e de lazer do contrato", explicou Marcato.

"Do ponto de vista prático, a Minas Arena tem que apresentar o calendário dos próximos 12 meses. Os representantes do comitê vão fazer os questionamentos e dizer quais datas vão precisar. A concessionária tem a obrigação de explicar por escrito porque a determinada não é factível”, complementou.



Cruzeiro rompido


Marcato convocou a imprensa menos de 24 horas depois de o Cruzeiro anunciar o rompimento com a Minas Arena. Em live nessa segunda (23), Ronaldo, gestor da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro, disparou contra a concessionária.

"Esse ano damos como rompida nossa relação com a Minas Arena. Não jogaremos nenhum jogo no Mineirão neste ano. Eu acho que é um problema importante que o Governo de Minas Gerais precisará resolver", disse o Fenômeno.

"As condições (da Minas Arena, concessionária que administra o estádio) sempre foram horríveis para o Cruzeiro. A Minas Arena tem um contrato muito confortável com o governo, em que eles têm todas as armas nas mãos para fazer boas negociações para eles e nunca boa para gente", complementou.



Sem acordo com a Minas Arena, o Cruzeiro decidiu acertar com o América, que administra o Independência. A ideia do clube celeste é mandar todas as suas partidas de 2023 no estádio do Horto. As negociações entre Raposa e Coelho já estão em fase de elaboração da minuta do contrato.

Atlético insatisfeito


Também nesta terça (24), à reportagem, o presidente do Atlético, Sérgio Coelho, criticou a Minas Arena. De acordo com o mandatário, a intenção do Atlético era mandar todos os jogos no Mineirão até a inauguração oficial da Arena MRV - prevista para o início de junho. 

Apesar do desejo do Atlético, os diversos shows musicais marcados no Gigante da Pampulha inviabilizam a realização de muitas partidas.

"Inicialmente, a gente queria jogar todos os nossos jogos no Mineirão. A nossa gestão sempre priorizou jogar no Mineirão até a inauguração da Arena MRV, mas, infelizmente, as datas dos nossos jogos estão ocupadas com shows. E shows que foram marcados no ano passado. Então, a Minas Arena está deixando muito claro que o mais importante para ela são os shows e não o esporte", afirmou Sérgio Coelho.



"A gente não tem o calendário. Infelizmente, é assim no futebol brasileiro. Com a antecedência de um ano, nós não temos. A Conmebol também não tem. O calendário da FMF depende do da CBF, do da Conmebol. Eles não passam com antecedência, e o Mineiro fica nessa dependência. As coisas acontecem, né?", acrescentou.