Ganhou corpo nas redes sociais a polêmica envolvendo as datas para jogos e shows no Mineirão. Muitos torcedores reclamam que o Gigante da Pampulha tem dado mais espaço para eventos culturais do que para o futebol.

O auge das críticas ocorreu com a divulgação de que o estádio não receberá a primeira partida da final do Campeonato Mineiro, no dia 1º de abril, já que tem agenda marcada para o 'Buteco do Gusttavo Lima' na mesma data.

Para rebater esses comentários, o diretor comercial da Minas Arena, Samuel Lloyd, convocou a imprensa e fez alguns esclarecimentos.

De acordo com Lloyd, a Minas Arena tem maior vantagem financeira sediando jogos do que eventos. Durante as partidas, o estádio lucra com ingressos, camarotes, bares, estacionamento e publicidade. Nos shows, recebe apenas pela cessão do espaço.

Para comprovar isso, a Minas Arena informou que em 2022 o Gigante da Pampulha sediou 55 jogos, o que representou 80% do faturamento. Em relação aos eventos, foram 156, com 20% dos ganhos financeiros da empresa.

Lloyd comemorou o resultado financeiro do ano passado. "Em atividade comercial, o Mineirão deve crescer mais de 60% em relação ao nosso melhor ano, que foi 2019, ano antes da pandemia. 2020 e 2021 ficaram muito prejudicados, porque a nossa natureza é o grande fluxo de pessoas e ficamos impedidos de realizar eventos. E 2022 foi uma grata surpresa, com excelente resultado", afirma Lloyd.

Samuel Lloyd disse que hoje Cruzeiro e Atlético não assinaram contrato e estão negociando seus jogos de forma isolada com a empresa. Assim, não há bloqueio na agenda do Mineirão.

Sem jogos programados no estádio, a Minas Arena precisa buscar eventos porque o desempenho da concessionária (ocupação do estádio) é um dos fatores que influenciam na remuneração da empresa, que recebe repasses do governo estadual.

Além disso, a Minas Arena diz que houve uma grande oferta de eventos após o pico da pandemia de COVID-19 e justifica que shows de grande porte são marcados com muita antecedência.

Caso haja futuramente o encontro de datas entre eventos e futebol, a empresa acredita que é preciso diálogo para o remanejamento da agenda, como já ocorreu no ano passado. A CBF e a FMF costumam ceder em razão do apelo dos clubes e, geralmente, mudam os dias das partidas.

Em relação aos shows, a Minas Arena alega que negocia com os contratantes até o início da venda de ingressos para alguma possível mudança. Quando os bilhetes já estão negociados, não é possível ter novas tratativas para alterações na agenda.

Sobre a final do Campeonato Mineiro, a Minas Arena diz que já tinha contrato assinado com Gusttavo Lima há alguns anos. E, por outro lado, o calendário de jogos do Estadual de 2023 foi divulgado pela Federação Mineira de Futebol no dia 20 de novembro do ano passado.

"Se for mantida dessa forma, em função de uma agenda contratada, que é um dos maiores eventos do ano no estádio, realmente não pode ser realizada no Mineirão", declarou Lloyd.

No sábado, dia 18 de março, o Mineirão receberá a gravação do DVD 'Luan City 2.0'. O evento, que receberá grande investimento, será realizado dentro do campo e está com ingressos quase esgotados. O contrato com o cantor sertanejo também foi fechado com muita antecedência, alega a Minas Arena.

Caso o Atlético vença o Carabobo, da Venezuela, e avance na Copa Libertadores, poderá ter um problema para  jogar no Mineirão contra o vencedor do duelo entre o Universidad Católica, do Equador, ou o Millonarios, da Colômbia, por uma vaga na fase de grupos do torneio.

Isso porque a Conmebol agendou a partida de volta para a semana do dia 15 de março, bem próximo ao dia da gravação de DVD de Luan Santana - se avançar, o Galo decidirá em casa por ter melhor posição no ranking da Conmebol. 

O Mineirão alega que precisa saber quando será o jogo e diz que uma possível saída é usar o estádio com setores bloqueados, como já foi feito em 2022. Contudo, ainda há incerteza sobre a realização dessa partida, caso o Galo elimine o Carabobo, no Gigante da Pampulha.