Após três anos, a final do Campeonato Mineiro volta a ser disputada pelos dois clubes de maior torcida do estado. Atlético e Cruzeiro medem forças neste sábado, às 16h30, no Mineirão, no jogo único da decisão. O regulamento da competição prevê disputa de pênaltis em caso de empate no tempo normal. Atual bicampeão consecutivo, o Galo busca o 47ª título do estadual, enquanto a Raposa, que não vence desde 2019, tenta a 39ª taça.

Da inauguração do Mineirão, em 1965, até o início das obras visando à Copa do Mundo de 2014, em 2010, era de praxe o equilíbrio nas arquibancadas. Os atleticanos ocupavam o “lado da Lagoa”, enquanto os cruzeirenses ficavam no “lado da Cidade”.

Com a modernização do estádio, o espetáculo se repetiu apenas duas vezes: na partida de reabertura, no Mineiro de 2013, e na Primeira Liga de 2017. O Cruzeiro venceu por 2 a 1 e 1 a 0, respectivamente. Nos demais jogos, o time mandante teve direito a 90% das entradas.

O clássico deste sábado será o de número 517, segundo as contas do Atlético, ou 496, conforme as estatísticas do Cruzeiro (veja as diferenças abaixo):

Na primeira fase do estadual, deu Galo: vitória de virada por 2 a 1, com gols de Hulk, cobrando pênalti, e Ademir. Vitor Roque balançou a rede para o Cruzeiro.

E na decisão, como chegam os times?

O Atlético fechou a primeira fase do Campeonato Mineiro com a melhor campanha. Foram 28 pontos conquistados, com nove vitórias, um empate e uma derrota - 23 gols marcados e cinco sofridos. Na semifinal, o Galo passou sem dificuldades pela Caldense: vitórias por 2 a 0 e 3 a 0.

O grande destaque da campanha alvinegra foi o atacante Hulk. O craque do Galo é o artilheiro do Campeonato Mineiro, com oito gols marcados. Caso o rival Edu não balance as redes três vezes no clássico deste sábado, o camisa 7 atleticano vai conquistar seu terceiro prêmio de goleador consecutivo.

Outro ponto positivo do Atlético na campanha pelo tricampeonato estadual é o desempenho no Mineirão. O Galo já está há 306 dias sem perder no Gigante da Pampulha. Desde o revés para o Fortaleza, na rodada de abertura do Campeonato Brasileiro do ano passado, o time alvinegro jogou 32 vezes no estádio, com 29 vitórias e três empates (94% de aproveitamento). Já são 18 triunfos consecutivos no local.

Para o jogo deste sábado, o técnico Turco Mohamed terá força máxima. As únicas ausências são os reservas Dodô e Luis Otávio Echaporã. O técnico tem a opção de promover a reestreia de Junior Alonso ou apostar na manutenção de Diego Godín na defesa. No ataque, Nacho Fernández e Matías Zaracho partem como favoritos para iniciar o clássico, mas Eduardo Vargas e Ademir também são candidatos ao time titular.

Quem está garantido no clássico é o lateral-esquerdo Guilherme Arana. No Galo desde 2020, ele já conquistou cinco títulos com a camisa alvinegra. A expectativa é levantar mais uma taça pelo Atlético. “A gente está aqui para fazer história no clube. O ano passado foi um ano mágico, de conquistas. Quanto mais a gente conquistar, mais a gente vai entrar para a história do Atlético. É muito importante, respeitando o nosso adversário, vamos em busca do título”, disse.

Após dois anos frustrantes nos quais ficou fora da final do estadual e não conseguiu sequer se aproximar do G4 da Série B, o Cruzeiro voltou a fazer a sua torcida sorrir com uma equipe aguerrida e taticamente disciplinada no Mineiro 2022. Terceiro melhor colocado da fase classificatória, com 22 pontos (sete vitórias, um empate e três derrotas), a Raposa venceu os dois confrontos com o Athletic nas semifinais: 2 a 0 e 2 a 1.

A mudança de patamar do Cruzeiro passa pela entrada de Ronaldo Fenômeno como acionista da Sociedade Anônima do Futebol. Com acordo para gerar R$ 400 milhões em investimentos nos próximos cinco anos, o ex-centroavante da Seleção Brasileira solucionou dívidas do clube na Fifa e manteve os salários em dia.

Para encarar o Atlético, o Cruzeiro tende a apostar em um meio-campo forte no combate e na movimentação das peças ofensivas. Por isso, é possível que Paulo Pezzolano coloque o volante Pedro Castro no lugar do atacante Waguininho e varie a formação entre o 4-3-3 e o 4-4-2. No entendimento do treinador, a estratégia é atuar com “muita intensidade”.

“Todos sabem a estratégia do Cruzeiro, né? Cada jogo é sair e dar o máximo, muita intensidade, tentar pegar a bola, jogar com a bola no chão. Isso é o que estamos tentando fazer desde o primeiro jogo. Todos sabem isso e ficamos tranquilos pelo resultado do primeiro clássico que jogamos. E agora é uma final. Sabemos que vai ser um jogo difícil, mas estamos tranquilos e estamos com muita confiança de ganhar esse jogo com as ferramentas que nós temos”.

Everson; Mariano, Nathan Silva, Diego Godín (Alonso ou Réver) e Arana; Allan, Jair, Nacho Fernández e Matías Zaracho (Ademir ou Vargas); Keno e Hulk

Técnico: Turco Mohamed

Rafael Cabral; Rômulo, Oliveira, Eduardo Brock e Rafael Santos; Willian Oliveira, Pedro Castro (Waguininho), Fernando Canesin e João Paulo; Vitor Roque e Edu

Técnico: Paulo Pezzolano

Motivo: final do Campeonato Mineiro

Estádio: Mineirão

Data: sábado, 2 de abril de 2022

Horário: 16h30

Árbitro: Felipe Fernandes de Lima

Assistentes: Guilherme Dias Camilo e Celso Luiz da Silva

VAR: Emerson de Almeida Ferreira